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Como a fonoaudiologia pode atuar na resolução/amenização dessas questões?
As crianças com síndrome de Down se beneficiam muito da terapia fonoaudiológica, pois será trabalhado o tônus da musculatura orofacial para adequação dos órgãos da fala e das funções (mastigação, deglutição e respiração) e o desenvolvimento da fala e da linguagem. O trabalho é realizado com atividades lúdicas, utilizando-se brinquedos pedagógicos e sonoros, além de músicas, brincadeiras de dramatização, entre outras, onde a criança será estimulada a produzir enunciados verbais, a trabalhar com a atenção, a percepção, a concentração, a memória, a discriminação auditiva e a localização da fonte sonora, enfim, todas as atividades selecionadas para a terapia têm como finalidade despertar o interesse da criança para a melhora da comunicação (fala, voz ou escrita), visto que jogos, brincadeiras e músicas são excelentes meios para a construção da linguagem oral e conhecimento. Com essas atividades é criado um momento em que a criança tenha possibilidade de descobrir relações, causas e consequências.
A terapia fonoaudiológica tem por objetivo ainda orientar os pais, cuidadores e professores sobre esse processo, já que o desenvolvimento da linguagem se dá a partir da interação da criança com o meio em que ela vive.
Os tratamentos costumam ser eficazes na maioria dos casos? Quais são os principais?
Sim, todos os tratamentos são eficazes, principalmente quando começados na época correta.
Jamais é predeterminado qual será o limite de desenvolvimento da criança. A estimulação deve atender às suas necessidades especiais, valorizando, sobretudo, os acertos da criança, trabalhando sobre suas potencialidades para vencer as dificuldades. Um trabalho fonoaudiológico bem-feito pode levar o Down a uma boa comunicação. E ao desenvolver boa articulação e bom vocabulário, o Down tem condições para comunicar-se claramente com as pessoas. Tudo fica mais difícil quando a pronúncia não é inteligível ou se o vocabulário é pobre por não ter sido trabalhado.
Na estimulação da linguagem oral, a observação e a avaliação são fundamentais para detectar pequenos progressos e compreender os avanços linguísticos da criança. À medida que avaliamos e conhecemos o perfil da criança, é possível definir estratégias ricas e variadas, possibilitando com isso uma vivência prazerosa com as palavras.
Na estimulação da criança especial, a parceria entre o fonoaudiólogo e uma equipe multiprofissional é muito importante, pois cada profissional, com a sua visão, poderá aplicar o seu conhecimento no sentido de ampliar, diversificar e potencializar estratégias a serem utilizadas na melhora do paciente.
A criatividade, o direcionamento e a organização das estratégias podem ser importantes potencializadores na construção da linguagem oral.
Convém salientar que, mesmo com a ajuda de profissionais e estimulação no ambiente familiar, a criança com síndrome de Down necessita de um período bastante prolongado para comunicar-se com um bom vocabulário e articulação adequada das palavras.
