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Não é a primeira vez que temos evidências de que a qualidade da alimentação em fases precoces da vida pode influenciar o desempenho cognitivo e isso pode ser explicado pelo fato de que esse é um período em que o cérebro cresce com mais rapidez e necessita de uma nutrição de alta qualidade.

Existem inúmeros estudos que apontam o inequívoco efeito positivo da amamentação sobre o desenvolvimento intelectual das crianças. Na verdade, os efeitos positivos de uma boa dieta já começam na barriga da mãe. Os pesquisadores da atual pesquisa já haviam publicado resultados parciais da mesma população de crianças demonstrando que o consumo pelas mães de peixes ricos em ômega-3 durante a gravidez estava associado a um melhor desenvolvimento cognitivo das crianças.

Quanto à alimentação na infância, os estudos são menos definitivos. A maior parte das pesquisas é voltada para a suplementação de nutrientes, e os resultados são mais relevantes entre crianças com deficiência nutricional. Além da presente pesquisa, apenas outra havia avaliado o impacto da dieta de forma ampla sobre o desempenho cerebral das crianças. Dr. Nelson e colaboradores, em estudo publicado na Pubmed.gov, não encontraram associação entre a qualidade da dieta e o QI de crianças inglesas com idades entre 7 e 12 anos. Talvez a grande diferença esteja na exposição precoce a uma dieta saudável, de preferência antes dos 3 anos de idade.

 

 

Dr. Ricardo Teixeira - CRM/DF 12050 - é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do blog "ConsCiência no Dia a Dia"

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