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Como é feito o diagnóstico?
A primeira linha de exames utilizados para o diagnóstico da síndrome de Cushing consiste de: cortisol urinário de 24 horas; supressão de cortisol com dose baixa de dexametasona; e cortisol salivar noturno (meia-noite). Outros exames tradicionalmente usados são: cortisol sérico noturno (meia-noite) e teste do CRH ovino após supressão de dexametasona.
O cortisol urinário de 24 horas reflete um índice integrado da secreção de cortisol que circula no sangue nesse período, representando um exame com alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico da síndrome de Cushing. Recomenda-se a coleta de três a quatro amostras, pois pode ocorrer secreção variável de cortisol pelo tumor.
Valores pouco acima da referência podem estar presentes em quadros leves da síndrome de Cushing, como também em situações conhecidas como pseudo-Cushing.
Classicamente, a depressão e o alcoolismo são as causas mais atribuídas ao pseudo-Cushing. Nessas situações, existe uma hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Assim, alguns autores valorizam mais o cortisol urinário quando os valores estão 3 a 4 vezes acima do normal.
O teste de supressão do cortisol com dose baixa de dexametasona mais utilizado consiste na determinação do cortisol sérico às 8h00 após ingesta de 1 mg de dexametasona entre 23h00 e 24h00 (overnight). Atualmente, o resultado normal do cortisol é < 1,8 µg/dL, aumentando a sensibilidade desse método.
O cortisol salivar noturno (meia-noite) tem sido considerado um exame tão sensível quanto o cortisol urinário. Dentre as vantagens estão a facilidade de coleta e estabilidade da amostra em temperatura ambiente. Vários trabalhos têm analisado esse método e sugere-se que o cortisol salivar da meia-noite seja o primeiro exame solicitado na suspeita da síndrome de Cushing.
Uma vez confirmada a síndrome de Cushing, é preciso dosar o hormônio ACTH. Ou ele estará muito baixo, indicando causas adrenais, ou estará normal e/ou elevado, indicando provavelmente causa hipofisária.
Assim, para pesquisar as causas adrenais pede-se exames radiológicos como a tomografia e ressonância magnética de adrenais.
Quando for ACTH-dependente, geralmente a causa é o tumor corticotrófico (doença de Cushing). Entretanto, em 10 a 20% dos casos a produção do ACTH é feita por tumores originários em outros órgãos, o que é denominado de secreção ectópica de ACTH. Esse diagnóstico diferencial é por vezes muito difícil, exigindo absoluta experiência de centros universitários especializados, sendo necessário um grande número de exames de sangue e radiológicos.