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Como é o tratamento?
O tratamento da deficiência auditiva pelo Sistema Único de Saúde foi assegurado a todos os cidadãos brasileiros por uma portaria do Ministério da Saúde desde 2004 (Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, Portaria GM 2.073).
No caso de crianças com perda auditiva, a habilitação auditiva deve iniciar-se o mais precocemente possível. O objetivo do início precoce é impedir qualquer privação sensorial auditiva e aproveitar o curso normal do desenvolvimento da linguagem e fala nos primeiros anos de vida. Esses primeiros anos são fundamentais não só para as crianças, mas também para os pais. É nesse momento que os pais, ouvintes ou não, vão reconhecer, aceitar e adaptar-se à condição auditiva do filho. A prática habitual é a adaptação de aparelhos auditivos e indicação de acompanhamento fonoaudiológico com o objetivo de oralização da criança deficiente.
No entanto, é cada vez mais frequente, e com relatos de sucesso, a opção pelo desenvolvimento simultâneo das linguagens oral e de sinais em crianças deficientes auditivas ou ainda a opção exclusiva pela linguagem de sinais em crianças com perda auditiva profunda.
É importante que nessa fase os pais sejam informados sobre os avanços tecnológicos na área de protetização (aparelhos auditivos e implantes cocleares) e as reais possibilidades de desenvolvimento da oralidade em suas crianças, para que possam compreender e opinar ativamente sobre como a habilitação auditiva de seus filhos será conduzida pelos especialistas.
No caso de adultos com deficiência auditiva adquirida, a reabilitação auditiva tem como objetivo maximizar a recepção da fala (por via auditiva ou visual), selecionar e adaptar um sistema de amplificação e reduzir o impacto psicossocial da perda auditiva. A escolha do processo de reabilitação auditiva no adulto deve ser focada nos desejos do paciente, em seu estilo de vida, nas características da perda auditiva e no ambiente de comunicação em que ele está inserido.
De maneira geral, a equipe multidisciplinar que participa do tratamento do deficiente auditivo é formada pelo médico, fonoaudiólogo, pedagogo e psicólogo.
Há prevenção?
As ações de prevenção variam de acordo com os fatores que causam a perda auditiva, indo desde a vacinação para doenças como a rubéola e o aconselhamento genético até a redução da exposição ao ruído.
Recomenda-se que os níveis de ruído ambiental não ultrapassem os 80 dB. A exposição a níveis intensos de ruído pode causar, além da perda auditiva, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, dificuldades na digestão, fadiga, irritabilidade, redução do nível de atenção, distúrbios do sono, etc.
Os ruídos ambientais indesejados devem ser eliminados tanto quanto possível. Individualmente podemos nos prevenir da exposição ao ruído ambiental pelo uso de protetores auriculares, controlando o volume de aparelhos sonoros (MP3, telefones celulares, brinquedos, eletrodomésticos), limitando o tempo de exposição ao ruído (quando não é possível eliminar completamente a fonte de ruído, recomenda-se que pelo menos nos afastemos momentaneamente dela) e, sempre que possível, devemos nos posicionar a uma distância de pelo menos três metros de fontes de ruído.
Dra. Vivian Alessandra Silva é Fonoaudióloga. Doutora em Ciências (Anatomia) pela Universidade de São Paulo. Professora da Universidade Anhembi Morumbi. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
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