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Compreendendo melhor as manifestações de um DPA(C):

Indivíduos com distúrbio do processamento auditivo têm dificuldade em ouvir e/ou compreender informações recebidas por meio da audição, apesar de apresentarem boa capacidade para detectar tons puros (limiares de audibilidade normais), inteligência adequada à faixa etária, motivação e boa saúde pessoal.

Podem também apresentar dificuldade de apreciação musical, dificuldade de responder para tons puros, dificuldade em acompanhar conversação em ambientes ruidosos, desconforto frente a sons intensos, podendo ser observadas mudanças no comportamento durante a comunicação, como, por exemplo, falar “choramingando”; dificuldade em aprendizado escolar; dificuldade de memória; lentidão para responder; apresentar verborreia; dificuldade em manter a atenção – são indivíduos que se distraem facilmente com sons ou com outros estímulos do ambiente; não sabem o local de origem dos sons; pedem repetição da informação; têm dificuldades para lembrar coisas que aprenderam auditivamente; podem apresentar problemas com os sons de fala; podem apresentar uma história longa e repetida de otite média; e ainda apresentar baixa autoestima.

Além disso, geralmente o que os pais e/ou professores trazem como queixa é que a criança só presta atenção quando quer, ou quando está interessada, ou não o faz porque é preguiçosa. Este tipo de queixa de “só fazer quando quer” para se referir à lição de casa, responder quando chamado, etc. é a queixa espontânea mais comumente observada na clínica diária.

 

Quais as causas?

Um distúrbio do processamento auditivo ocorre por déficits em um ou mais dos processos de localização sonora, discriminação, reconhecimento de um padrão sonoro, aspectos acústicos relacionados ao tempo (resolução temporal), à frequência (resolução de frequência) e à ordenação temporal, ou do desempenho frente a sinais acústicos competitivos ou distorcidos. As causas podem ser lesões neuromorfológicas cerebrais, distúrbios neurológicos ou ainda atraso maturacional das vias auditivas do sistema nervoso central e cérebro. No Brasil não existem trabalhos epidemiológicos indicando as prevalências de cada uma dessas causas.

 

Podemos encontrar distúrbio do processamento auditivo em indivíduos que apresentam:

• problemas neurológicos como a hiperbilirrubinemia, meningite, esclerose múltipla, atrofia cerebral,

lesões focais cerebrais, entre outros;

• privação sensorial;

• problemas congênitos;

• diabetes, lúpus eritematoso sistêmico;

• problemas cognitivos;

• problemas psicoafetivos: psicose, autismo, distúrbios emocionais.

• Nos distúrbios da comunicação humana podemos encontrar distúrbio do processamento auditivo nos casos de problemas de desorganização do sistema fonológico, problemas de voz; problemas de ritmo da fala; problemas de leitura e escrita.

 

A DPA, do ponto de vista clínico, pode coexistir com outras áreas de disfunção e, além disso, frequentemente também se observa um padrão familiar.

Portanto, acreditamos que existam causas genéticas e adquiridas da DPA que ainda carecem de mais estudos futuros.

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