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Compreendendo um distúrbio da audição:

Ao recebermos um som, evento acústico do mundo externo, nosso organismo o transformará em uma imagem mental que, quando estiver completa, será analisada e formulada uma resposta. Para que essa imagem mental esteja completa, torna-se necessária a integridade das estruturas responsáveis por receber e analisar este estímulo físico presente no mundo real. As estruturas orgânicas responsáveis por esta análise são: aparelho auditivo (orelhas externa, média, interna e nervo auditivo), responsável por receber, transmitir, sem perdas das características do sinal para o nervo auditivo; sistema nervoso central e cérebro, responsáveis por analisar, integrar as informações sensoriais auditivas com as vindas dos outros sistemas sensoriais e programar a resposta a este conjunto de estímulos.

Quando a imagem mental que representa o som está ausente ou incompleta, devemos pesquisar se ocorreram danos ou bloqueios na organização ou transmissão do estímulo físico, inicialmente pelo sistema auditivo periférico e posteriormente pelo sistema auditivo central e/ou córtex auditivo.

No primeiro caso temos as alterações na capacidade de detectar ou transmitir sons por alterações funcionais decorrentes de danos em algumas das partes da orelha ou externa/média, ou interna e/ou no nervo auditivo.

Essas alterações funcionais são denominadas perda auditiva. Essas perdas auditivas podem ser classificadas quanto ao tipo em perda auditiva condutiva, neurossensorial ou mista, quanto ao grau em leve, moderado, moderadamente severo, severo ou profundo, e quanto à configuração em ascendente, descendente, plana, em altas frequências ou em baixas frequências.

No segundo tipo de dano que acomete as vias auditivas do sistema nervoso central, que tem seu início nos núcleos cocleares, passando por complexo olivar superior, lemnisco lateral, colículo inferior, corpo geniculado medial, chegando ao córtex auditivo (lobo temporal), corpo caloso, e conexões do lobo temporal com outras áreas do cérebro, temos as alterações na capacidade de analisar, ou integrar informações sensoriais, ou organizar informações sensoriais em uma sequência no tempo.

Essas alterações funcionais são denominadas distúrbio do processamento auditivo. São classificadas segundo o prejuízo gnósico (transformação da linguagem externa em linguagem interna) em: decodificação (análise auditiva), codificação (integração de informações) ou organização (ordenação temporal de sons).

 

Quais são as características do indivíduo com distúrbio do processamento auditivo?

Um indivíduo com deficiência no processamento auditivo tipicamente se apresenta com:

- dificuldade em aprender;

- dificuldade em entender. Essa dificuldade em entender piora na presença de: ruído de fundo, fala rápida, fala alterada;

- dificuldade em executar instruções orais.

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