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tumor cerebralO que é tumor cerebral?

Apesar do termo tumor se refere a qualquer lesão expansiva de qualquer natureza, a expressão “tumor cerebral” (a expressão correta seria tumor encefálico, uma vez que o cérebro é parte do encéfalo) é usualmente utilizada dizendo respeito aos tumores intracranianos de origem neoplásica, de forma genérica, e independentemente da sua benignidade ou malignidade.

Estes tumores podem ser primários (quando se originam de elementos do próprio compartimento intracraniano), ou secundários (quando provêm de outros tumores de outras partes do corpo). Entre os tumores intracranianos primários destacam-se em frequência os originados no próprio encéfalo (sendo os mais comuns os que são genericamente denominados de gliomas, que podem se apresentar com diferentes graus de agressividade), os originados nas membranas ou meninges do sistema nervoso central (denominados de meningeomas e na sua grande maioria benignos), os originados nas bainhas dos nervos cranianos (neurinomas, também benignos), os tumores da glândula hipófise (adenomas hipofisários, secretantes ou não de hormônios, e também considerados tumores benignos, e tumores originados em restos embrionários (como os craniofaringeomas, por exemplo, também benignos). Os tumores intracranianos secundários são genericamente denominados de metástases (as suas origens mais comuns são os tumores malignos de pulmão, mama, melanomas da pele, e gastrointestinais do cólon e do reto).

Os tumores intracranianos podem também ser classificados conforme a sua relação com o tecido nervoso, em intrínsecos e extrínsecos ao sistema nervoso central, também independentemente da sua maior ou menor agressividade. Os intrínsecos se originam e se desenvolvem em entremeio ao tecido nervoso, e equivalem aos “tumores cerebrais” propriamente ditos (entre os quais se destacam em frequência os já mencionados gliomas nos seus diferentes graus de agressividade). Os tumores intracranianos extrínsecos são aqueles que se originam e se desenvolvem externamente à intimidade do sistema nervoso central, e entre estes se destacam em freqüência os já mencionados e geralmente benignos meningeomas, neurinomas e adenomas de hipofisários, e os tumores intracranianos secundários, denominados de metástases encefálicas e em geral malignos como o primário que os originou em outro local do corpo.

Em relação aos tumores intracranianos primários e intrínsecos do sistema nervoso central, que constituem os “tumores cerebrais” propriamente ditos e entre os quais se destacam em frequência os gliomas, é importante ressaltar que, ao contrário do que é usualmente feito em relação a outros tumores de outros locais do corpo, os gliomas não devem ser classificados em benignos e em malignos. Devido ao seu usual comportamento infiltrativo e potencial desenvolvimento ou recidiva no encéfalo, inclusive eventualmente à distância do seu sítio original, os diferentes tipos de gliomas são classificados pela Organização Mundial da Saúde em graus que variam de I a IV conforme a sua caracterização anátomo-patológica, sendo o grau I o menos agressivo e no caso mais comum em crianças. Os gliomas de graus I e II são usualmente denominados conjuntamente de gliomas de baixo grau, e os de graus III e IV de gliomas de alto grau.

Em relação à sua localização dentro da caixa intracraniana, os tumores são também classificados conforme estejam acima da tenda do cerebelo (porção da duramáter que recobre o cerebelo) em supra e infra-tentoriais. Ao contrário dos adultos, as crianças apresentam mais tumores do compartimento infra-tentorial, que é também denominado de fossa posterior (astrocitomas e meduloblastomas de cerebelo, ependimomas de IV ventrículo, e gliomas de tronco).

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