Problemas com a visão: com que frequência devo procurar um oftalmologista?

Dor nos olhos e na cabeça, vermelhidão, lacrimejamento e sensação de areia nos olhos: você costuma sentir alguns desses sintomas com frequência? Em certas situações, a queixa não significa nada de grave, mas subestimá-la pode, por outro lado, trazer consequências que podem levar, inclusive, à perda de visão.

Os problemas oftalmológicos surgem com mais frequência com o passar dos anos devido a uma série de fatores, entre eles o enfraquecimento natural do mecanismo de compensação do esforço visual. No entanto, com os devidos cuidados e o correto diagnóstico, muitos desses defeitos oculares são corrigidos.

Saiba com qual frequência devemos procurar o oftalmologista e quais são as principais queixas de visão na entrevista com o médico oftalmologista Dr. Sidney Júlio de Faria e Sousa.

Quais são os problemas de visão com maior prevalência?

O problema oftalmológico mais comum nos adultos é o cansaço visual devido ao olho seco ou às hipermetropias e os astigmatismos não corrigidos. O uso dos computadores passou a gerar uma verdadeira epidemia de olho seco, por deficiência de lubrificação da superfície ocular, decorrente da diminuição acentuada da frequência do piscar. Normalmente, uma pessoa pisca 14 vezes por minuto, enquanto, no computador, pisca apenas quatro vezes. O piscar distribui homogeneamente a lágrima sobre os olhos e dificulta a sua evaporação. O problema pode ser atenuado com o uso frequente de lubrificantes oculares (seis ou mais vezes/dia).

A hipermetropia e o astigmatismo são defeitos da óptica ocular que tendem a sobrecarregar o mecanismo de focalização dos olhos. Por isso, tendem a causar cansaço visual aos esforços prolongados. Quanto maior a idade, maiores as chances do surgimento de sintomas, devido ao enfraquecimento natural do mecanismo de compensação do esforço visual, representado pela variação do poder de uma lente intraocular chamada "cristalino". O uso de óculos apropriados elimina os sintomas e melhora a visão. A miopia causa baixa visão de longe, mas não cansaço. Ela não configura um problema típico da fase adulta porque tem início na adolescência.