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Pessoas obesas que não conseguem perder peso com uma reeducação alimentar agora podem recorrer a mais duas técnicas de cirurgia bariátrica: a Banda Ajustável e o Balão Intragástrico. Em entrevista ao Idmed, o Dr. Hércio Cunha, professor de gastroenterologia da PUC-Campinas, explicou sobre os dois métodos.
Banda Ajustável
O que é?
A Banda Ajustável é um método para redução de peso, em que é colocada uma banda (um anel) numa região do estômago, fazendo com que o reservatório fique menor. Isso restringe a quantidade de alimento que cabe no estômago, fazendo com que o paciente coma menos e emagreça.
Essa banda tem um portal de acesso regulável, deixando a passagem maior ou menor, para que o paciente emagreça, mas não deixe de comer o suficiente. A técnica faz o que todos deveriam fazer: comer pouco e devagar. A técnica não é tão invasiva como a tradicional, na qual há o corte do estômago e a junção deste com o intestino.
Para quem é indicado?
É indicado para pacientes com Obesidade grau 1 e, em alguns casos, até mesmo para grau 2 ou 3. É uma técnica restritiva; é necessária uma reeducação alimentar e a prática de exercícios. Não tem mágica, o paciente precisa fazer mudanças em seus hábitos de vida.
Como é o pré-operatório?
Como toda cirurgia bariátrica, é necessário fazer uma avaliação multidisciplinar com endocrinologista, pneumologista, nutricionista, psicólogo e outras várias áreas médicas. A avaliação pré-operatória indica se o paciente tem condições de mudar sua vida, tanto clínica quanto psicológica. Além disso, os exames vão indicar se, atrás da obesidade, não há outros problemas, como uma doença orgânica: o hipotireoidismo, por exemplo. Se houver, a pessoa precisa ser tratada antes. No caso do hipotireoidismo não reagir aos medicamentos, aí sim a cirurgia pode ser indicada, dependendo do caso.
Os exames consistem de um check-up total, com endoscopia, ultra-sonografia do abdome, exame do pulmão, raio X de tórax, eletrocardiograma e vários exames de sangue para checar a coagulação, a proteína, os níveis glicêmicos, eletrólitos, etc.
Qual é a anestesia?
A anestesia é geral e a pessoa recebe alta no dia seguinte.
Como é o pós-operatório?
É uma cirurgia tranquila, em que a dor pode ser controlada com o uso de analgésicos. Em duas semanas, a alimentação vai de líquida a pastosa, e em um mês o paciente já pode comer praticamente de tudo. Só que pouco e devagar, como todos deveriam comer. O único efeito colateral que pode surgir é no caso do paciente não respeitar a alimentação como ela deve ser seguida.
Qual é a vantagem desta técnica?
O risco é bem menor. O tempo de internação é pequeno e a pessoa volta às atividades mais precocemente também. Na técnica tradicional, uma parte do estômago é cortada e a ponta é costurada ao intestino. Se um ponto se romper, a comida pode escapar para a barriga, o que é chamado de fístula. Na técnica da banda, isso não acontece.
Qual a desvantagem?
A perda de peso é menor do que nas outras técnicas bariátricas. O paciente pode perder de 20 a 35, 40% do peso, dependendo do empenho. É imprescindível que a pessoa faça uma alimentação adequada e exercícios físicos, se deseja que a cirurgia tenha sua completa eficácia.
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