Doença de Crohn: inflamação no tubo digestivo pode causar diarréia e cólicas intestinais

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser supeitado avaliando-se o quadro clínico, principalmente na presença de diarreia com pus e sangue. Entretanto, é necessária a realização de exames. Entre eles, a ileocolonoscopia com biópsias representa a forma mais importante de se estabelecer o diagnóstico, uma vez que as amostras do intestino colhidas podem ser avaliadas pelo patologista, confirmando as alterações características da doença. Outros exames importantes são a enterografia por tomografia, o trânsito de delgado, a retossigmoidoscopia, a dosagem de marcadores ASCA no sangue e a calprotectina nas fezes.

Há alguma maneira de prevenir?

Infelizmente, como ainda não conhecemos as verdadeiras causas da doença, também não podemos sugerir medidas para preveni-la. Entretanto, nos pacientes em que o diagnóstico já foi estabelecido ou suspeitado, a utilização de uma dieta saudável, a abolição do fumo, a psicoterapia são medidas que ajudam a manter o indivíduo livre dos sintomas, com a doença numa fase de remissão.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é feito através de medicações que ajudam o organismo a conter a inflamação, como os derivados 5 ASA, os corticoides, imunossupressores e imunomoduladores ou biológicos. Os pacientes muitas vezes necessitam também de suplementos de vitaminas e ferro, além de terapias nutricionais para melhora da desnutrição causada pela má absorção dos nutrientes. Psicoterapia e mudanças no estilo de vida também fazem parte do tratamento.

Essa doença tem cura? A pessoa portadora dessa doença tem uma vida normal?

Infelizmente ainda não há cura para os portadores da doença de Crohn. Entretanto, um indivíduo tratado pode viver uma vida normal.

Dra. Lucia de Oliveira é coloproctologista. É pós-graduada em nível de Doutorado pelo Departamento de Cirurgia do Aparelho Digestivo da Universidade de São Paulo (USP), especialista em Cirurgia Geral e Coloproctologia pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Coloproctologia e chefe do Setor de Fisiologia Anorretal e Coloproctologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.