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O que é a sede excessiva e quando ela aparece?

A sede excessiva ou polidipsia é um termo médico que indica uma sensação de sede em demasia. Esse sintoma é comum entre os pacientes diabéticos e geralmente é acompanhado por outros sintomas, como: poliúria (aumento da diurese – urina mais) e polifagia (comer mais). No caso do diabetes melito, a polidipsia decorre da perda de água pela urina acompanhando a eliminação urinária de glicose (glicosúria) em excesso no plasma (aí acumulada em decorrência da doença). Quando o açúcar sobe no sangue e falta insulina, ele passa para a urina. Uma pessoa normal não tem açúcar na urina porque isso só acontece se a concentração na corrente sanguínea estiver acima de 180mg/dl, número bastante alto e indicativo de que o diabetes está instalado. Mais baixo do que isso, a glicose entra no rim e volta para o organismo. Então, quem não tem diabetes, se medir a glicose na urina, o resultado deve ser negativo.

Quando os rins não conseguem reabsorver o açúcar porque seu nível está muito alto no sangue, ele é eliminado pela urina, que aumenta de volume. Sede excessiva; muita vontade de urinar – inclusive à noite; fraqueza; cansaço; perda súbita de peso; aumento do apetite. Esses são sintomas do diabetes. Quem apresentar esses sinais deve investigar e fazer um exame de sangue o mais rápido possível.

A polidipsia pode surgir também em outra doença chamada diabetes insípido. O diabetes insípido é uma doença rara caracterizada pela alteração da secreção ou ação do hormônio antidiurético, levando à dificuldade na concentração de urina. O hormônio antidiurético ou vasopressina é a principal substância responsável pela regulação da água corporal. Estima-se que, em condições normais, diariamente, o hormônio antidiurético seja responsável pela reabsorção de cerca de 18 litros de água corporal que chegam aos túbulos renais, o que leva à formação de cerca de um litro de urina.

 

Por que a sede excessiva ocorre?

Essa doença pode ser em decorrência de um problema na glândula hipofisária (diabetes insípido central), levando a uma maior produção do ADH, ou em decorrência de alguns problemas renais hereditários ou adquiridos (diabetes insípido nefrogênico), que levam a uma menor ação do ADH.

Existe ainda uma outra causa de polidipsia, mas decorrente de um distúrbio psiquiátrico. Condição chamada "polidipsia primária" ou "potomania", que leva à ingestão compulsiva de grande quantidade de água, depois eliminada pelo rim, mesmo sem razão real para ter sede. Na gestação pode haver polidipsia por uma maior degradação do hormônio ADH, sendo uma alteração fisiológica e transitória.

 

Há tratamento?

O diagnóstico preciso da causa da polidipsia é importante para determinação do tratamento adequado. O tratamento do diabetes insípido pode ser feito, inicialmente, com o aumento da ingestão de água, principalmente nos casos de alteração parcial. Nos casos mais graves, a poliúria e a polidipsia intensas podem interferir na vida social, nas atividades diurnas e até no sono do paciente, sendo necessária a instituição da terapêutica com medicação. No caso do diabetes melito, o tratamento envolve mudança do estilo de vida e medicações específicas.

 

 

Dra. Monica Cabral é ph.D. em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. CRM 52 58.000-7

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