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Comer durante a noiteA síndrome do comer noturno (SCN) é um distúrbio caracterizado pela perda do ciclo normal de ingestão alimentar, bem como por um desequilíbrio nas funções neuroendócrinas. Em relação ao padrão de ingestão alimentar, cerca de 25% da ingestão calórica diária ocorre após a refeição correspondente ao jantar. Além disso, também há a possibilidade da ocorrência de despertares noturnos motivados pela necessidade de comer, numa frequência de duas vezes por semana. Outros autores sugerem como critério diagnóstico alternativo a identificação de ingestão calórica superior a 50% do valor calórico diário ocorrendo após as 19 horas. De qualquer maneira, duas questões são relevantes para o reconhecimento desse distúrbio:

1) Você apresenta uma ingestão alimentar excessiva no período noturno?

 

2) Você acorda à noite para comer?


Adicionalmente, a síndrome do comer noturno implica na presença de consciência durante esses episódios, ou seja, o paciente é capaz de se lembrar do que comeu na manhã seguinte. Assim, conseguimos afastar outros transtornos alimentares relacionados ao sono.

Alguns estudos demonstraram que os indivíduos portadores da SCN apresentam também outras características importantes, tais como anorexia matinal, insônia e humor depressivo. O que se observou é que os pacientes apresentam uma ingestão alimentar bem reduzida nas primeiras oito horas do dia. Além disso, é importante considerar que até 52% dos pacientes portadores de SCN desenvolveram obesidade após o início dos episódios de comer noturno, justificando o interesse por essa condição e a necessidade de instituir uma terapêutica adequada.

A prevalência da SCN é variável de acordo com a população estudada, sendo que na população geral é em torno de 1,1% a 1,6%, enquanto na população de indivíduos portadores de diabetes tipo 2 é de 4%. Já nos indivíduos em avaliação para a realização de cirurgia bariátrica, essa prevalência é de 8-30%, semelhante à prevalência encontrada em indivíduos portadores de apneia de sono (8,6%). As mulheres compreendem 60% dos pacientes com SCN e o início desse distúrbio ocorre por volta dos 30 anos.

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