iStock_000009286194XSmallA saúde mostra o caminho: menor peso para uma vida longa e saudável

Os resultados de uma pesquisa com adultos mostraram que muitos sabem que suas chances de desenvolver doença coronariana e diabetes crescem quando estão acima do peso, mas apenas 25% daqueles pesquisados sabiam que o risco de ter câncer também aumenta. Muitos são os trabalhos mostrando os tipos de câncer ligados à obesidade, entre eles os de: útero, esôfago, intestino, rim, leucemia, mama, mieloma múltiplo (medula óssea), pâncreas, linfoma não-Hodgkin e ovário. O excesso de gordura corporal parece ser o vilão. As células de gordura são ativas na produção hormonal e fatores de crescimento, características que contribuem para acelerar a divisão e a reprodução celular. E, quanto mais células se duplicam, maiores as chances de alguma replicação ser inadequada, originando uma célula maligna. A partir daí, esses hormônios adicionais levam a uma rápida reprodução das células cancerígenas.

As mulheres são o maior alvo. Cerca de 60% dos casos de câncer por causa da obesidade atingem mama ou útero e a ligação entre o peso e o risco de câncer também depende do estágio de vida da mulher. O risco de câncer de mama, pela obesidade, aumenta apenas depois da menopausa, implicado com a variação de estrogênios – mais abundantes no sangue das obesas.

Já o risco de câncer de intestino é maior antes desse período. Trabalho realizado com a população japonesa sugere que o diagnóstico de adenoma colorretal (tipo de neoplasia de intestino) foi maior nos indivíduos com maiores índices de massa corpórea e, à medida que houve a redução do peso, também houve a diminuição da prevalência da doença.

Uma pesquisa sueca descobriu que a obesidade influencia os riscos oferecidos pelo câncer de próstata. Homens obesos têm menos chance de desenvolver a doença, mas, se são vitimados por ela, a chance de morte aumenta. Possivelmente, isso é explicado pelo baixo nível de testosterona (esteroide sexual masculino), que está diminuída em homens obesos, mas eles podem, em contrapartida, estar mais expostos a uma forma mais agressiva do tumor, que depende menos de testosterona.

A preocupação com o peso adequado vai muito além de valores estéticos. O investimento em um estilo de vida mais saudável hoje é garantir benefícios para uma vida mais longa no futuro.

 

 

Dra. Gláucia Duarte - CRM/SP 91952 - possui Doutorado em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atua como médica colaboradora do Hospital das Clínicas de São Paulo na disciplina de Endocrinologia da FMUSP e é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Latino Americana de Tireoide (LATS).

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