Uma pesquisa realizada na Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia da USP tem buscado alternativas de materiais para o desenvolvimento de enxertos ósseos. Em uma primeira tentativa, o médico ortopedista Helton Hiroshi utilizou matrizes de colágeno extraído de membranas que revestem o coração e o intestino de bois.
Segundo os resultados preliminares, não houve rejeição na aplicação do novo material para enxertos ósseos em animais. No entanto, a regeneração óssea na matriz pesquisada foi considerada insuficiente, além de não ter sido verificada a osteointegração necessária.
"Percebemos que o osso dos animais cresceu com os enxertos, mas não o suficiente para considerar que houve uma osteointegração satisfatória", afirmou Hirata.
Para justificar a busca por alternativas para os enxertos, o médico ortopedista da USP explica que os materiais utilizados atualmente, feitos à base de hidroxiapatita, apresentam custo elevado.
"Um dos materiais utilizados nesses estudos é o pericárdio e a serosa de intestino bovino por serem ricos em colágeno [90% da constituição orgânica do osso é de colágeno] e também pela grande disponibilidade desses animais no Brasil devido à pecuária", destaca o pesquisador.
Segundo Hirata, para o desenvolvimento do estudo, foram utilizadas 30 ratas com 3 meses de idade e peso médio de 300 gramas. Das 30 ratas, metade foi submetida a uma falha óssea circular no osso parietal esquerdo. Já a outra metade teve os ovários retirados e, depois de 4 meses, foram submetidas à mesma falha.
"A ideia era simular um ambiente ósseo patológico, a osteoporose, e verificar a viabilidade do enxerto sintético biológico em substituição ao autoenxerto. Para tanto, foi realizada a retirada dos ovários das ratas, levando à diminuição do estrógeno e provocando a osteoporose", explica o médico.
Entre os resultados finais apresentados, ainda que pequeno, o crescimento ósseo na presença das matrizes de colágeno foi três vezes maior nas ratas não ovariectomizadas. Já nas ratas ovariectomizadas, o crescimento foi cinco vezes maior em comparação com as ratas sem matrizes.
Fonte: Agência USP