O Ministério da Justiça lançou nesta segunda-feira (24) a campanha "Bebeu, perdeu", que visa conscientizar menores de 18 anos sobre os malefícios do álcool. Devido à proximidade do carnaval, período em que o consumo de bebida alcoólica aumenta, a iniciativa pretende também convencer comerciantes a não vender o produto para crianças e jovens, prática considerada criminosa segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com o ministério, uma das estratégias de conscientização adotadas será a exibição de cinco vídeos que apresentam situações desagradáveis ocasionadas pelo consumo de álcool, como mal-estar, ressaca e desmaios. Os vídeos serão mostrados em cidades com forte tradição de carnaval de rua, como Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Ouro Preto e Belo Horizonte, onde também serão colocados outdoors e painéis sobre a campanha.
"A questão do [consumo] de álcool é delicada. Na adolescência, então, é delicadíssima. Por isso fazemos um apelo a todos os comerciantes para que cumpram a lei e não vendam álcool a menores de 18 anos. Apelamos aos gestores locais para que se empenhem na fiscalização e, evidentemente, aos adolescentes, para que percebam que a vida pode ser curtida com muita alegria e felicidade sem o consumo de álcool", afirma o ministro José Eduardo Cardozo.
A estratégia de comunicação adotada pelo ministério foi elaborada a partir dos resultados de um estudo da Universidade Federal de São Paulo, realizado em 2010. Segundo esses resultados, 60% dos jovens estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio, de escolas públicas e particulares, disseram ter consumido álcool ao menos uma vez na vida. Dos 60%, 15,4% tinham entre 10 e 12 anos e 43,6% entre 13 e 15 anos.
Para o secretário nacional de Política sobre Drogas, Vitore Maximiano, vários dos menores de 18 anos que consomem álcool têm acesso à bebida no próprio ambiente doméstico, contando com o aval de pais e parentes, o que torna os dados ainda mais preocupantes. "Há casos de o álcool ser oferecido pela própria família, o que acaba estimulando o consumo. Isso nos preocupa muitíssimo", completa.
Segundo o Ministério da Justiça, o custo para a produção dos vídeos institucionais e da sua veiculação, assim como o dos outdoors e painéis, foi de R$ 5 milhões. A pasta destaca, no entanto, que a veiculação dos conteúdos nas emissoras de TV comerciais será feita como propaganda institucional gratuita.
Fonte: Agência Brasil