Foi realizado nesta semana, na cidade de Porto Alegre (RS), o 21º Congresso da Associação Mundial de Saúde Sexual. Entre os temas debatidos, um dos principais foi a educação sexual para crianças e adolescentes, que, segundo um estudo apresentado no evento, começa com os alunos apenas por volta dos 13 anos de idade.

De acordo com Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo, introduzir o tema educação sexual é algo que deveria ser feito antes, com crianças entre 9 e 10 anos. "Muitos brasileirinhos e brasileirinhas com menos de 13 anos começam a ter relações sexuais sem saber o que é sexo protegido", afirma a psiquiatra.

A especialista ressalta ainda a importância de tirar as dúvidas dos filhos conforme elas forem surgindo, sempre de forma direta e objetiva, além de estar atento às necessidades dos adolescentes. "É preciso olhar o que o adolescente está falando e não tentar usar o que já está escrito, como se valesse para todo mundo. É preciso trabalhar em cima das necessidades de cada um", destaca.

Realizado por iniciativa de um fabricante de preservativos, o estudo foi feito em 37 países, incluindo o Brasil, e entrevistou 30 mil pessoas entre 18 e 64 anos. O principal objetivo da pesquisa foi entender o comportamento sexual e a importância sobre a orientação sobre o tema na infância e na adolescência.

Segundo dados do levantamento, as chances de não usar preservativo na relação sexual são duas vezes maiores em pessoas sem a devida educação e orientação. "Não é verdade que a educação sexual estimula a criança a fazer sexo. Pesquisa da Unesco mostra que em grupos de crianças que tiveram educação sexual mais cedo e outro de crianças que não tiveram não houve diferença na idade da iniciação sexual", argumenta Carmita.

Apesar da educação sexual na família ser considerada mais eficiente, existe uma grande dificuldade de se abordar o tema em casa. Por essa razão, debatê-lo na escola torna-se tão importante, já que muitas vezes os jovens, quando não encontram as informações em casa, buscam as mesmas em sites, livros e revistas que tratam a questão de forma inadequada.

 

Fonte: Agência Brasil

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