A fibrose no fígado, comum aos pacientes diagnosticados com hepatites tipo B e C, agora pode ser detectada por meio de um novo procedimento: a elastografia, exame semelhante a um ultrassom, não invasivo e que dura apenas dez minutos.

Normalmente feito por meio de procedimento cirúrgico, o diagnóstico tradicional da fibrose exige anestesia e é bastante invasivo para que seja possível ter acesso direto ao órgão e analisar o estado em que se encontra. Além disso, o procedimento envolve riscos, assim como outras cirurgias, o que explica a importância do novo método.

De acordo com a chefe da unidade de gastrologia do Hospital de Base do Distrito Federal (DF), Carmen Alves Pereira, todo paciente que tem hepatite B ou C deve fazer o quanto antes um exame para saber o nível de comprometimento do fígado. A partir do diagnóstico, é possível ter um tratamento adequado e compatível.

Apesar do custo elevado de até R$ 3 mil na rede particular e de ainda ser acessível para poucos, a elastografia tem sido ampliada na rede pública. Atualmente, o Distrito Federal conta com três Fibroscan, aparelho usado para fazer o exame. Estados como São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro também já contam com o aparelho na rede pública.

 

Hepatite e a cirrose

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, atualmente existem 800 mil pessoas infectadas pelo vírus B, enquanto a hepatite C atinge 1,5 milhão de pessoas. Da infecção até a cirrose hepática, consequência mais grave da hepatite, pode levar de 20 a 30 anos sem que nenhum sintoma apareça, o que faz dela uma doença silenciosa.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que apenas 5% das pessoas portadoras de hepatite sabem que têm o vírus. Por isso, mesmo que a doença não apresente sintomas, é importante estar atento a quadros de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Anualmente, 1,4 milhão de pessoas morrem em todo o mundo em decorrência das diversas formas de hepatite, segundo a OMS. Dos 126 países analisados pelo órgão, apenas 37% oferecem estratégias para prevenção e tratamento.

No Brasil, o Ministério da Saúde oferece anualmente vacina contra a hepatite B nos postos de saúde do SUS e contra a hepatite A nos centros de Referência de Imunobiológicos Especiais. Para a hepatite C, não há imunização.

 

Fonte: Agência Brasil

Publicidade