O programa Mais Médicos, anunciado na última segunda-feira (8) pelo governo federal, trará novidades para os alunos que cursam medicina no país. A partir de 2015, os graduandos terão que atuar por pelo menos dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para poder receber o diploma, o que implicará o aumento da duração do curso de 6 para 8 anos.
Válida tanto para as faculdades públicas como para as privadas, a medida prevê a entrada de até 20,5 mil médicos na atenção básica. "Esse aumento será sentido a partir de 2022, quando os médicos estarão formados", opina o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Os estudantes do curso de medicina que farão parte da mudança trabalharão na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública. Para isso, eles receberão uma remuneração do governo federal e uma autorização temporária para o exercício da medicina, além de manterem vínculo com a universidade. Enquanto isso, os profissionais que trabalharem na orientação dos novos médicos também receberão um complemento salarial.
Segundo os Ministérios da Saúde e da Educação, as instituições de ensino a que os alunos estão vinculados deverão fazer um acompanhamento e supervisão, sem cobrar mensalidades durante o período de estágio no SUS, já que há recursos federais no programa. Além disso, vale ressaltar que a autorização temporária será convertida posteriormente em inscrição no Conselho Federal de Medicina e que o estágio não acaba com o internato nos dois últimos anos do curso.
Abertura de novas vagas
Uma previsão conjunta dos Ministérios da Educação e da Saúde estipula um aumento superior a 10% no número de vagas nos cursos de Medicina até 2017. Com a criação do programa Mais Médicos, serão abertas 3.615 vagas em universidades públicas, além da previsão de 7.832 novas matrículas na rede privada de ensino.
Segundo o ministro da Educação, a ideia prevê também a descentralização dos cursos e mais opções de residência médica, que serão instalados em mais municípios. "Não basta abrir curso de medicina para fixar um médico em uma região que temos interesse para ter. É preciso residência médica, que é um fator decisivo para a fixação, além de políticas na área de saúde. Estados com maior oferta de residência médica têm uma concentração grande de médicos, como Rio de Janeiro e São Paulo", completa.
Fonte: Agência Brasil