O Ministério da Saúde brasileiro anunciou nesta terça-feira (25) que abrirá 35 mil novas vagas para a contratação de médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) até 2015. O anúncio faz parte do pacto sugerido pela presidente Dilma Rousseff na última segunda-feira (24), quando se reuniu com governadores e prefeitos das capitais para discutir a onda de protestos no país.

De acordo com o anúncio, serão criadas também 12 mil novas vagas de residência médica até 2017, sendo que 4 mil devem ser criadas até 2015. O governo afirma ainda que irá priorizar 27 áreas, entre elas radiologia, psiquiatria, anestesiologia e pediatria.

As mudanças propostas pelo Ministério da Saúde ocorrem uma semana após o crescimento da onda de protestos que tomou conta do país nas últimas semanas e que tem envolvido grande parte da população brasileira. Das reivindicações dos manifestantes, mais investimento em saúde e melhor uso do dinheiro público estão entre as principais.

Além de falar da criação das vagas, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que a oferta se refere aos R$ 7,1 bilhões que serão investidos pelo governo federal em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Os cálculos não consideram gastos estaduais, que podem aumentar a oferta de novas vagas.

 

Contratação de médicos estrangeiros

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem um déficit atual de médicos estipulado em 54 mil profissionais. Em uma comparação, o número médio de médicos no Brasil para cada mil habitantes (1,8) é menor do que em outros países, como Argentina (3,2), México (2,4), Cuba (6) e Venezuela (1,9).

Para suprir esse déficit temporário, Padilha declarou que o governo deverá investir na contratação de médicos estrangeiros, uma medida que tem gerado grandes contestações por entidades médicas e diversos setores da sociedade. Segundo o ministro, a autorização para atuar no país deve ser temporária e feita exclusivamente no SUS, em regiões do interior e periferias.

Para justificar a busca por profissionais de fora, Padilha deu números do último Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), uma medida para atrair médicos ao interior e periferias. De acordo com o último balanço, foram ofertadas 13 mil vagas, mas apenas 3,5 mil profissionais estão atuando no programa, que oferece bolsa mensal de R$ 8 mil.

"Faltam médicos no Brasil. Se o Brasil quer ter um sistema público universal, precisamos de mais e melhores hospitais e de mais médicos. Não se faz saúde sem médicos. Temos uma série de ações para valorizar e formar profissionais. Mas enquanto não se conclui essa formação, que dura 6, 7 anos, precisamos atrair médicos de outros países", justificou o ministro.

 

Fonte: Ministério da Saúde

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