Foi celebrado no dia 24 de março o Dia Mundial da Tuberculose e o Ministério da Saúde anunciou ontem, dia 25, que vai disponibilizar na rede pública, até o final do ano, um teste rápido para diagnóstico da doença. O exame pode detectar o bacilo causador da doença em duas horas, além de identificar se o paciente tem resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento.
No exame tradicional, são necessários de 30 a 60 dias para realizar o cultivo da micobactéria e mais 30 dias para obter o diagnóstico de resistência à rifampicina. Com o novo teste, os índices de sensibilidade e de especificidade, segundo a pasta, chegam a 92,5% e 99%, respectivamente, o que diminui a possibilidade de um falso positivo.
O teste rápido, chamado Gene Expert, já está sendo feito no Rio de Janeiro e em Manaus e será implantado em todos os municípios com mais de 200 novos casos de tuberculose notificados em 2012.
O exame também será disponibilizado em localidades consideradas estratégicas, como cidades com grande população prisional ou indígena e em municípios de fronteira.
Números da doença
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 70.047 novos casos de tuberculose no ano passado. A taxa de incidência da doença no mesmo período foi de 36,1 para cada 100 mil habitantes.
Já os dados mais recentes sobre óbitos provocados pela tuberculose no país são de 2010, quando a doença vitimou 4,6 mil pessoas e a taxa de mortalidade registrada foi de 2,4 para cada 100 mil habitantes.
O Brasil ocupa atualmente o 17º lugar num ranking de 22 nações consideradas 'de alta carga' (onde há grande circulação da doença). No país, a tuberculose representa a 4ª causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte por doença identificada entre pessoas com HIV.
De acordo com o Ministério da Saúde, 66% dos casos de tuberculose notificados no ano passado acometeram homens. Já em relação à faixa etária, a frequência maior ocorre entre 25 e 34 anos, em ambos os sexos.
Entre a população indígena, o risco de contrair a tuberculose chega a ser três vezes maior que na população em geral. Entre a população carcerária, o risco é 28 vezes maior. Entre os moradores de rua, o risco é 67 vezes maior e entre pessoas que vivem com HIV, o risco de contrair a doença é 35 vezes maior.
Outro dado preocupante é que, no ano passado, apenas 53,3% dos pacientes com tuberculose no país fizeram o teste para detectar a doença.
Dados globais indicam que um terço da população do planeta está infectada pela doença. Ao todo, 5,8 milhões de novos casos foram notificados em 2011, sendo que 82% deles se concentram nos 22 países 'de alta carga'.
Fonte: Agência Brasil