Sempre houve um consenso geral de que a bebida alcoólica é uma das grandes responsáveis pelas mortes em acidentes de trânsito. Porém, nesta terça-feira, um estudo pioneiro apresentado pelo Ministério da Saúde foi capaz de quantificar o real impacto do álcool nos atendimentos de urgência e emergência no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o levantamento feito, 21% das vítimas de acidentes de trânsito atendidas em prontos-socorros brasileiros ingeriram algum tipo de bebida alcoólica. A pesquisa mostra ainda que 49% das pessoas que sofreram algum tipo de agressão no trânsito ingeriram álcool, sendo que grande parte das vítimas são homens com idade entre 20 e 39 anos.
Para chegar a esses números, o VIVA (Vigilância de Violências e Acidentes) ouviu 47 mil pessoas em 71 hospitais de todas as capitais e do Distrito Federal, todos eles das redes de urgência e emergência do SUS. Coletados em 2011 e analisados no ano passado, os dados foram apresentados nesta terça-feira pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo ministro das Cidades em exercício, Alexandre Cordeiro Macedo.
"Estas informações que apresentamos aqui têm papel decisivo para que tenhamos, nós e todos os demais órgãos federais, estaduais e municipais, mais segurança para agir. Também vamos utilizá-las em nossas campanhas de conscientização de motoristas, passageiros e pedestres", ressaltou Padilha.
Perfil das vítimas
Os estudos feitos pelo VIVA também dividiram as vítimas de violência e acidentes por sexo. De acordo com os resultados, 54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram acidente de trânsito tinham ingerido álcool. Enquanto isso, os números das mulheres foram bem menores: 31,5% e 10,2%, respectivamente.
Quanto ao perfil dos acidentados de trânsito, a pesquisa revelou ainda que 22,3% dos condutores, 21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros possuíam algum sinal de embriaguez ou confirmaram o consumo de álcool. Já a faixa etária prevalente, assim como de agressões no trânsito, foi de 20 a 39 anos, o que representa 39,3% do total.
Segundo o ministro das Cidades, a Lei Seca em vigor no país desde 2008 já trouxe resultados bastante positivos, como a redução das mortes no Carnaval de 2013, que chegou a 24%. "Temos uma guerra no trânsito e isso tem de acabar. Fiscalização, legislação efetiva e ações de conscientização são importantes para termos um trânsito seguro", opinou Macedo.
Fonte: Ministério da Saúde