Um estudo que analisou 600 mil partos afirma que o número de bebês que nasceram prematuramente diminuiu depois que foi criada a lei antifumo, que proíbe as pessoas de fumarem em locais públicos.
O estudo, feito pela Universidade Hasselt na Bélgica, descobriu três quedas sucessivas no número de bebês nascidos com menos de 37 semanas – cada uma das reduções ocorrendo após uma nova fase de aplicação de leis antifumo.
Segundo a publicação científica British Medical Journal, as tendências de queda não foram encontradas em períodos anteriores às proibições.
O estudo aconteceu depois que uma pesquisa escocesa de 2012 encontrou um padrão semelhante. Porém, os especialistas não conseguiram determinar com certeza se a lei antifumo era a causa da mudança, porque os partos prematuros começaram a diminuir antes da proibição.
Quedas sucessivas
No levantamento mais recente, os pesquisadores conseguiram analisar a taxa de partos prematuros após cada fase de uma lei antifumo implantada na Bélgica.
Lugares públicos e a maior parte dos locais de trabalho foram sujeitos às primeiras proibições em 2006, seguidos pelos restaurantes em 2007 e por bares que servem refeições em 2010.
Descobriu-se que a taxa de nascimentos prematuros caía a cada fase da proibição, com mais impacto após a aplicação em restaurantes e bares. Depois das fases de 2007 e 2010, os partos prematuros caíram cerca de 3% em cada período.
O estudo também não encontrou ligações entre as leis antifumo e o peso dos bebês.
O pesquisador Tim Nawrot, que conduziu a pesquisa na Universidade de Hasselt, disse que até mesmo uma pequena redução do tempo de gravidez já havia sido relacionada em outros estudos a condições de saúde adversas na infância e na vida adulta.
"Porque as proibições aconteceram em três momentos diferentes, pudemos mostrar que há um padrão consistente de redução do risco de parto prematuro", disse.
"Isso dá suporte à ideia de que as leis antifumo trazem benefícios à saúde pública desde os primeiros momentos da vida."
Fonte: BBC