Um estudo feito por pesquisadores britânicos constatou que, pela primeira vez, o índice de mortalidade de mulheres fumantes se igualou ao dos homens também fumantes.

Outro dado da pesquisa foi de que as mulheres fumantes têm hoje muito mais chances de morrer por causa do vício do que nos anos 60. Entre os principais motivos estão a mudança de hábito, como o início da dependência mais cedo e o número de cigarros tragados.

A pesquisa foi feita nos Estados Unidos, onde a primeira geração de mulheres fumantes surgiu durante os anos 50 e 60. Nesse período, as mulheres que fumavam tinham três vezes mais chances de morrer em decorrência de câncer de pulmão do que aquelas que nunca tinham desenvolvido o vício.

Ao analisar os dados entre 2000 e 2010, os pesquisadores constataram que elas tinham 25 vezes mais chances de morrer da doença do que aquelas que não fumavam.

'Forte aumento'

Para realizar o experimento, que foi publicado na revista científica New England Journal of Medicine, os cientistas analisaram os dados de mais de 2 milhões de mulheres nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador responsável pelo estudo, Michael Thun, "o forte aumento do risco entre as mulheres fumantes tem se mantido por décadas, mesmo depois de se identificarem os graves riscos à saúde decorrentes do tabagismo e apesar de as mulheres tragarem cigarros de marcas consideradas menos nocivas e com menos nicotina".

"Portanto, o consumo de marcas de cigarro tidas como 'light' ou 'suave' não apenas falhou em prevenir um forte aumento do risco nas mulheres, como também elevou o número de mortes por doenças de obstrução do pulmão crônicas em fumantes do sexo masculino."

Isso se explica, segundo ele, pelo fato de "a fumaça diluída nesses cigarros (light ou suaves) ser inalada mais profundamente pelos pulmões dos fumantes, na tentativa de manter uma absorção frequente de nicotina".

Pesquisas publicadas no ano passado indicam que as mulheres que fumam há muito tempo têm dez anos de vida a menos do que as que nunca adquiriram tal vício. Porém, aquelas que abandonam o vício por volta dos 30 anos de idade praticamente eliminam os riscos de mortes precoces por doenças relacionadas ao tabagismo. Aquelas que param por volta dos 40 anos perdem um ano de sua expectativa de vida.

Em declaração a jornalistas, o professor Richard Peto, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, disse que "se as mulheres fumam como os homens, elas vão morrer como os homens".

 

 

Fonte: BBC

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