O Ministério da Educação (MEC) definiu na última terça-feira (5) novos critérios para a abertura de cursos de medicina no país. De agora em diante, quem definirá os locais onde os cursos serão abertos e o número de vagas disponíveis será o próprio ministério, que tem como objetivo estimular a formação e fixação de profissionais em regiões onde há maior necessidade da presença desses profissionais.

Segundo o MEC, a nova política para abertura de cursos de medicina deixa de atender aos interesses das instituições e passa a priorizar as necessidades do Estado. A partir de agora, para abrir um novo curso e participar da seleção, a candidata deve atender a critérios, como oferecer o mínimo de três programas de residência médica em especialidades definidas como prioritárias, além de hospital com mais de 100 leitos exclusivos para o curso.

Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a residência médica é fator preponderante para que os profissionais permaneçam nas regiões onde farão a sua graduação e não migrem para regiões que costumam oferecer melhores salários, como o Sul e o Sudeste. "O primeiro critério que ajuda na fixação do médico é a existência de residência, é onde ele tem sua formação mais qualificada, constitui clientela, é o período em que ele se casa, tem relação com a comunidade e acaba preferindo ficar", afirma.

Apesar de concentrar boa parte dos cursos de medicina do país, o estado de São Paulo não deve ser prejudicado com os novos critérios do MEC, já que na região também há discrepâncias, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. "É preciso estimular o médico a estar nas regiões onde mais precisamos. O Brasil tem poucos médicos por mil habitantes quando comparado com outros países e a distribuição é muito desigual. Vamos abrir vaga onde é preciso, e com a residência médica", ressaltou.

 

CFM posiciona-se favoravelmente à decisão

O Conselho Federal de Medicina avaliou como positiva a decisão do Ministério da Educação. Para o presidente do órgão, Roberto D'Ávila, o Estado passa a tomar as rédeas da situação e deixa de atender exclusivamente a interesses econômicos. "Vejo [o novo modelo] como uma notícia boa, porque de agora em diante vai haver abertura [de cursos de medicina] por interesse do governo, não mais por interesses políticos ou meramente econômicos de algum grupo de donos de escolas", opina.

Mesmo vendo de forma positiva a medida, o CFM também aponta preocupação com algumas questões. Uma delas diz respeito à qualidade do corpo docente em locais de difícil fixação, um problema que pode ser resolvido com a oferta de bons salários para atrair professores, segundo o conselho.

 

Fonte: Agência Brasil

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