Você costuma tomar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico com frequência? Tenha cuidado, pois algumas pesquisas começam a revelar a relação do uso contínuo do medicamento com determinados tipos de cegueira, como foi verificado num recente estudo da Universidade de Sydney, na Austrália.
A pesquisa, publicada recentemente na revista científica AMA Internal Medicine, indicou que o uso prolongado do ácido acetilsalicílico chega a dobrar os riscos do aparecimento de uma degeneração macular relacionada à idade, causando perda de visão no centro do campo visual do paciente.
Realizado com 2.389 participantes com idade em torno de 65 anos, o estudo ainda não chegou a uma conclusão a respeito de quais mudanças na ingestão do medicamento seriam necessárias para evitar a cegueira a longo prazo.
Procedimentos
Para realizar as pesquisas, os estudiosos da Universidade de Sydney observaram a proporção dos participantes que tomavam o medicamento, que era de um a cada dez. A partir daí, foram feitos testes oftalmológicos regulares a cada cinco, dez e 15 anos.
Ao final das observações, chegou-se à conclusão de que 9,3% dos pacientes que tomavam o ácido acetilsalicílico desenvolveram um tipo úmido de degeneração macular relacionada à idade. Enquanto isso, a proporção daqueles que não ingeriam o medicamento foi de apenas 3,7%.
De acordo com os relatórios apresentados, o aumento do risco da degeneração macular foi observado mais claramente apenas dez ou 15 anos depois, o que reforça a tese de que a dose prolongada possui um papel importante no processo. Além disso, como se trata de uma medicação de uso geral, é grande o risco de que condições anormais apareçam, afetando muitas pessoas.
Causada pelo crescimento dos vasos sanguíneos na região ocular, a forma úmida da degeneração macular relacionada à idade provoca sangramento da retina e inchaço local, podendo danificar a visão em questão de dias. Entre seus maiores fatores de risco estão o fumo, a idade e o histórico familiar.
Fonte: BBC Brasil