O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (23) o início da produção nacional dos cristais de insulina, princípio ativo do medicamento que é utilizado no tratamento do diabetes. A iniciativa parte de uma parceria público-privada que envolve o Laboratório Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, e o laboratório ucraniano Indar, um dos três produtores de insulina no mundo.
Além de tratar-se de uma iniciativa inédita, o acordo irá ampliar a oferta de insulina aos pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), graças à aquisição de mais de 3,5 milhões de frascos do medicamento, que serão entregues até o mês de abril. Se necessário, até dezembro, a oferta poderá chegar a 10 milhões de frascos.
"Nosso esforço é para que os pacientes tenham a segurança de receber um medicamento de alta qualidade, produzido aqui no país. Além disso, queremos reduzir a vulnerabilidade do país no mercado internacional de medicamentos, incentivar a produção nacional de ciência e tecnologia e fortalecer a indústria farmacêutica brasileira", afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo estudos sobre a doença, atualmente existem no Brasil 7,6 milhões de diabéticos, dos quais 900 mil dependem exclusivamente do SUS para a obtenção da insulina. Porém, com a transmissão da tecnologia do laboratório ucraniano para a produção nacional do remédio, a previsão é de que até 2016 o país produza a Insulina NPH em escala industrial.
Mais novidades
O Ministério da Saúde também anunciou nesta quarta a retomada da estratégia de desenvolvimento tecnológico e produtivo na área da saúde. Por meio de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório privado Biomm, detentor de tecnologia totalmente nacional para a produção da insulina, será possível produzir uma insulina totalmente nacional. (100% nacional, por exemplo)
"Esta parceria permitirá ao Brasil obter todo o ciclo de produção de insulina, possibilitando que o país conquiste autonomia tecnológica para a consequente eliminação de dificuldades de abastecimento do medicamento e de vulnerabilidade em relação a flutuações de preços no mercado mundial", destaca Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
Patenteada em conjunto com a Universidade de Brasília, a insulina brasileira já é reconhecida em países como o Canadá e os Estados Unidos, além de outros representantes da Comunidade Europeia. Com a novidade, o ministro Padilha acredita que haverá mais segurança aos pacientes e ao SUS.
Fonte: Ministério da Saúde