Os cruzeiros têm sido o destino de cada vez mais turistas no Brasil e, seja para passear pela costa brasileira ou para fazer um itinerário internacional, alguns cuidados devem ser tomados durante a viagem.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza inspeções nos navios de cruzeiros em diferentes portos nacionais. Elas são programadas, porém não são anunciadas. Durante essa atividade, o navio é avaliado em itens como: abastecimento, tratamento, água potável, recebimento, armazenamento, manipulação e exposição de alimentos. Porém, mesmo com todos esses cuidados, casos de virose e intoxicação alimentar durante viagens de navio podem ser comuns, já que muita gente está em um mesmo ambiente, parcialmente fechado.
Segundo a gerente de alimentos da Anvisa, Andrea Regina Oliveira, algumas dicas básicas de higienização podem evitar surtos de doenças transmitidas por alimentos. "Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou solução antisséptica, principalmente antes de ingerir alimentos e após utilizar sanitários. Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura e evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas", alerta.
Além disso, é preciso ficar atento à segurança e à qualidade dos alimentos. "É preciso assegurar-se de que todo alimento está bem cozido, frito ou assado; evitar o consumo de frutos do mar crus, leite e seus derivados crus, preparações culinárias que contenham ovos crus; e frutas e verduras danificadas, pois a casca protege esses alimentos de contaminação", recomenda.
Os alimentos devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade, e a embalagem deve estar íntegra. "Os alimentos perecíveis, já preparados, como salada e carne assada, por exemplo, devem ficar refrigerados. Os alimentos frios devem ser mantidos em baixa temperatura, abaixo de 5°C, e os alimentos quentes devem ficar bem aquecidos, sempre acima de 60°C. Eles não devem ficar em temperatura ambiente. Mantendo os alimentos na temperatura adequada, os micróbios não têm possibilidade de se multiplicar e vir a causar doença em quem os ingere", esclarece. Em muitos países é necessário somente o controle do tempo de exposição dos alimentos, no Brasil também é preciso haver controle quanto à temperatura deles.
Andrea também orienta os viajantes sobre alimentos desconhecidos. "Quando for consumir alimentos exóticos, o viajante deve ser prudente e não exagerar. Dar preferência às comidas que são preparadas na hora também é importante. As frutas aparecem como boa opção, mas devem estar inteiras e lavadas", explica.
Quando a Anvisa constata irregularidades, as embarcações só são liberadas para continuar a navegação de rotina após a correção dos problemas.
Inspeção Sanitária - Dados divulgados pela Anvisa, em junho de 2012, apontam que 55% dos navios de longo curso, que estiveram na costa brasileira durante a última temporada, estavam em boas condições sanitárias. O ranking classifica os navios em quatro categorias (A, B, C e D), de acordo com o grau de risco para saúde que cada embarcação apresenta no momento da fiscalização.
Das 27 embarcações inspecionadas pela agência, 15 foram classificadas na categoria A, cinco embarcações (19%) foram classificadas na categoria B (acima da média) e quatro embarcações foram classificadas na categoria C (na média). Os navios Star Princess, Veendam e Asuka 2 estavam em condições sanitárias insatisfatórias e foram classificados na categoria D do ranking.
Praias - A maioria dos cruzeiros faz paradas estratégicas em praias do litoral sul, e o viajante precisa ter cuidados. A coordenadora da Anvisa recomenda que os viajantes evitem comer alimentos vendidos por ambulantes. "A preocupação é de como o alimento chegou até o ponto de venda e como foi mantido até o momento a ser ingerido. No caso do ambulante, o alimento geralmente é preparado na casa da pessoa que está vendendo e muitas vezes não foi manipulado com boas condições de higiene. Quanto mais o alimento é mexido, picotado e cortado, maior é o risco para quem o consome. A salada de frutas e o sanduíche natural são exemplos disso. Portanto, os viajantes devem observar a higiene do local no qual ele está sendo vendido (isopor, pote plástico, entre outros) e se está sendo mantido em temperatura adequada, o que pode evitar uma doença", explica.
Fonte: Blog da Saúde - Ministério da Saúde