O poder dos fitoterápicos e das plantas medicinais está mais do que comprovado pela comunidade científica como importantes meios de prevenção de doenças e tratamento de alguns sintomas. A fim de facilitar o acesso a esse tipo de medicamento, o Ministério da Saúde passará a disponibilizar alguns desses fitoterápicos na rede pública.

Atualmente, 12 medicamentos com essa característica são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre eles, estão a Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada), planta utilizada para a prisão de ventre, além do Aloe vera (babosa), popularmente utilizado para o alívio de queimaduras e no tratamento da psoríase.

Para que possam ser manipulados e industrializados, os fitoterápicos devem possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por fiscalizar a eficácia e segurança desses produtos. Eles são financiados com recursos da União, dos estados e dos municípios e são oferecidos hoje em 14 estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.

Segundo Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, os investimentos em pesquisas para medicamentos desenvolvidos a partir da flora brasileira contribuem para o acesso da população e o seu uso racional. “O desenvolvimento dos fitoterápicos no Brasil incorpora as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental, numa mesma iniciativa”, opina.

Assim como outros medicamentos, os fitoterápicos também precisam de receita médica para serem retirados na rede pública. Para ter acesso, o usuário deve procurar um médico legalmente habilitado na prescrição de fitoterápicos em uma das unidades dos 14 estados que disponibilizam esses medicamentos. Após o atendimento médico gratuito, o paciente deve procurar uma farmácia das unidades básicas de saúde, munido de documento de identificação pessoal e a receita atualizada.

Confira a relação dos fitoterápicos oferecidos pelo SUS:

Nome popular

Nome científico

Indicação

Espinheira-santa

Maytenus ilicifolia

Auxilia no tratamento de gastrite e úlcera duodenal e sintomas de dispepsias

Guaco

Mikania glomerata

Apresenta ação expectorante e broncodilatadora

Alcachofra

Cynara scolymus

Tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto
pós-prandial) e de hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação colagoga e colerética 

Aroeira

Schinus terebenthifolius

Apresenta ação cicatrizante, anti-inflamatória e antisséptica tópica, para uso ginecológico

Cáscara-sagrada

Rhamnus purshiana

Auxilia nos casos de obstipação intestinal eventual

Garra-do-diabo

Harpagophytum procumbens

Tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite. Apresenta ação anti-inflamatória

Isoflavona-de-soja

Glycine max

Auxilia no alívio dos sintomas do climatério

Unha-de-gato

Uncaria tomentosa

Auxilia nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação anti-inflamatória e imunomoduladora

Hortelã

Mentha x piperita

Tratamento da síndrome do cólon irritável. Apresenta ação antiflatulenta e
antiespasmódica

Babosa

Aloe vera

Tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como coadjuvante
nos casos de Psoriasis vulgaris (ou psoríase vulgar)

Salgueiro

Salix alba

Tratamento de dor lombar baixa aguda. Apresenta ação anti-inflamatória

Plantago

Plantago ovata Forssk

Auxilia nos casos de obstipação intestinal habitual. Tratamento da síndrome do cólon irritável


Fonte: Ministério da Saúde

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