O Ministério da Saúde divulgou, durante o VIII Congresso Mundial de AVC, que acontece até sábado, em Brasília, dados que apontam uma redução em 32% na taxa de mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC) em pessoas de até 70 anos, faixa etária que concentra o maior número de mortes prematuras pela doença.A taxa caiu de 27,3 para 18,4 mortes para cada 100 mil habitantes, nos últimos 10 anos, o que representa uma redução média de 3,2% por ano.

Este ano, o Ministério da Saúde ampliou a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de AVC isquêmico e hemorrágico. Entre as novidades, está a incorporação do trombolítico alteplase e a reestruturação dos serviços para tratamento e assistência. "A incorporação do novo medicamento e estruturação dos serviços são medidas que buscam reduzir a mortalidade e as sequelas. Nossa meta é reduzir ainda mais a taxa de mortalidade, para isso é fundamental que as pessoas tenham acesso aos serviços", ressalta o ministro Alexandre Padilha.

A assistência preconizada pelo Ministério prevê o uso do alteplase, somente em casos de AVC isquêmico. O medicamento, que pode ser aplicado até quatro horas e meia depois dos primeiros sintomas, diminui em 30% o risco de sequelas do AVC, o que significa a recuperação do quadro neurológico de mais pacientes comparando com aqueles que não recebem o tratamento com alteplase, além de reduzir em 18% a mortalidade.


AVANÇOS – Com o aprimoramento da rede de atendimento, o objetivo do Ministério da Saúde é intensificar a redução da taxa de mortalidade por AVC. "As nossas ações pretendem qualificar o atendimento à população, especialmente na faixa etária até 70 anos, que concentra as mortes evitáveis pela doença", afirma o ministro.

Pela política do Ministério da Saúde, que instituiu este ano a Linha do Cuidado do AVC, o tratamento deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, SAMU 192, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.


INVESTIMENTOS – Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde estão os 231 prontos-socorros, responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento com o uso de alteplase.


CONGRESSO – Durante o VIII Congresso Mundial de AVC, realizado em Brasília, o ministro Alexandre Padilha receberá o prêmio da World Stroke Organization (WSO), entidade parceira da Organização Mundial de Saúde (OMS), pela campanha de mobilização contra o AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O Brasil foi escolhido entre 80 países que participaram da Campanha Mundial desenvolvida no ano passado, intitulada "1 em 6".

Durante o congresso será lançado ainda o Símbolo Mundial do AVC como parte de mais uma estratégia da campanha mundial contra a doença, com o tema: "AVC... Eu me importo".


DOENÇA - O AVC é uma das principais causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Destes, seis milhões morrem.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.

Esta doença ocorre devido à alteração na circulação cerebral. No AVC isquêmico há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, levando à diminuição da circulação em determinada região do cérebro. Já no hemorrágico acontece a ruptura de um vaso sanguíneo com sangramento dentro do cérebro. Os principais fatores de risco são a hipertensão, o diabetes, o colesterol elevado e o fumo.

Os sintomas mais comuns são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito.

 

Fonte: Ministério da Saúde

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