Uma planta amazônica conhecida como almecegueira, ou breu, é eficiente na proteção da pele contra os raios solares. Pelo menos é o que indicam os testes realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, que demonstraram as propriedades antioxidantes do vegetal, capazes de agir no combate dos radicais livres e de auxiliar na prevenção do envelhecimento e do câncer de pele.
Denominada cientificamente de Protium heptaphyllum, a planta amazônica oferece um extrato que, quando aplicado sobre a pele, preserva os sistemas que controlam os radicais livres no organismo. Por outro lado, sem a aplicação de qualquer tipo de proteção, há um desequilíbrio entre a proteção das substâncias nocivas e seus combatentes.
"A radiação solar provoca a geração de muitos radicais livres na pele e os mecanismos antioxidantes naturais não são suficientes para neutralizar todos eles, resultando em danos ao tecido. Como o extrato tem grandes quantidades de antioxidantes, ele mesmo sequestra os radicais livres na pele", explica a autora do trabalho, a farmacêutica Ana Luiza Scarano Aguillera Forte.
Para realizar a pesquisa, foi feita a aplicação de um gel a partir do extrato da Protium heptaphyllum sobre a pele de camundongos sem pelos, os quais foram submetidos à radiação ultravioleta B (UVB), responsável pela primeira resposta da pele à exposição ao sol, a conhecida "vermelhidão".
Ao observar a ação da radiação sem a aplicação do gel, notou-se a queda de duas enzimas responsáveis pela proteção cutânea: a enzima superóxido dismutase (SOD) e a glutationa (GSH), além da enzima indicadora de inflamação mieloperoxidase (MPO). "No entanto, essa queda dos sistemas protetores endógenos não foi observada nos animais que receberam a formulação contendo o extrato", completou Ana Luiza.
A partir das observações, a pesquisadora pôde constatar que a recuperação dos níveis dos sistemas de proteção da pele deveu-se, possivelmente, à neutralização dos radicais livres pelos compostos antioxidantes presentes no gel do extrato da planta amazônica, que por sua vez não inibiu a ação da enzima MPO, responsável por aumentar a inflamação cutânea com a exposição solar.
Antes de avançar nas pesquisas, Ana Luiza ressalta que ainda serão necessários novos testes com o gel da Protium heptaphyllum, pois ainda não há como saber se a irritação da pele é efeito dos raios UVB ou do próprio gel aplicado.
Fonte: Agência USP