Muito comum entre os jovens, o uso do narguilé vem preocupando os profissionais de saúde. De acordo com a Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), realizada em 2008 pelo IBGE, em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), já são quase 300 mil consumidores deste tipo de fumo.

Informações da pesquisa Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola), do Ministério da Saúde (MS), mostram que no estado de São Paulo 93,3% dos entrevistados que fumam declararam usar o narguilé com frequência. Em Campo Grande (MS), 87,3% dos estudantes entrevistados disseram preferir o cachimbo oriental. Já em Vitória (ES), o percentual ficou em 66,6%.

Para quem acha que o narguilé é inofensivo, o pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Ricardo Henrique Meirelles, explica que não. Segundo ele, uma sessão de narguilé expõe à inalação de fumaça por um período muito maior do que quando a pessoa fuma um cigarro. O volume de tragadas do cachimbo oriental pode chegar a 1000 ml em uma sessão de uma hora; já o volume de tragadas do cigarro alcança de 30 a 50 ml entre cinco e sete minutos. "Uma simples sessão de narguilé consiste em uma centena de ciclos de tragada. Podemos afirmar que em uma sessão o fumante inala uma quantidade de fumaça equivalente ao consumo de 100 cigarros ou mais", alerta o especialista.

Composição: O narguilé é um grande cachimbo composto de um fornilho (onde o fumo é queimado), um recipiente com água (que o fumo atravessa antes de chegar à boca) e um tubo, por onde a fumaça é aspirada. Ele contém nicotina e as mesmas 4700 substâncias tóxicas que o cigarro convencional contém, mas análises comprovaram que a sua fumaça contém quantidades superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas em relação à fumaça do cigarro.

Outro problema relacionado ao narguilé é o carvão usado, já que a sua queima produz substâncias cancerígenas. "Por desconhecimento dos usuários, a presença da água faz com que se aspire ainda mais a fumaça, dando a impressão de que o organismo fica mais tolerante, o que é errado. Desse modo, a pessoa vai inalando uma quantidade muito maior de toxinas, sem sentir tanto incômodo", afirma Meirelles.

Para quem não fuma, mas está no mesmo ambiente de pessoas que estão usando o narguilé, os riscos são bem parecidos com os que atingem os fumantes passivos, que têm mais chances de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco.

 

Fonte: Ministério da Saúde

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