Um estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP pode trazer novos caminhos para o tratamento da leucemia. Em testes realizados in vitro, a utilização da droga Zebularina, em conjunto com o quimioterápico Metotrexato (MTX), demonstrou ser mais eficaz no tratamento da Leucemia Linfoide Aguda (LLA) pediátrica do que na administração separada e em doses maiores.

Segundo o biólogo Augusto Faria Andrade, autor do estudo orientado pelo professor Luiz Gonzaga Tone, a necessidade de menos medicamentos pode reduzir os efeitos colaterais do tratamento. "Essa droga ainda não é usada em nenhum tratamento, mas em outros estudos in vitro ela já foi testada em uma grande variedade (de cânceres), como mama, próstata, leucemias, linfomas, glioblastoma, e sempre obteve sucesso", afirma.

Conhecida como o câncer hematológico mais comum na fase infantil, a LLA também atinge os adultos e em 20% das pessoas que têm a doença ela volta a aparecer. Nesse tipo de câncer, a produção das células sanguíneas é comprometida devido à substituição de células saudáveis por células alteradas na medula óssea.

 

Como foi feito o estudo

Para realizar a sua pesquisa, o biólogo Augusto Faria Andrade verificou a ação da Zebularina em linhagens celulares de leucemia e testou três situações: sozinha, associada com o MTX e associada com a Vincristina (VRC). Dentre as três condições, a associação com o MTX foi a que apresentou resultados mais promissores.

Além disso, mais uma situação testada foi a aplicação dos dois medicamentos mais eficazes em conjunto e separadamente. De acordo com o pesquisador, a segunda situação apresentou um cenário mais eficaz. "É interessante para preparar para o tratamento pacientes que tenham resistência aos quimioterápicos", explica.

Apesar de ainda não estar em fase de testes clínicos, Andrade acredita que os estudos sobre a eficácia e especificidade serão úteis para que as pesquisas avancem a um próximo estágio. No entanto, antes disso, os estudos in vitro ainda devem analisar como a droga seria metabolizada e quais seriam os seus possíveis efeitos nos seres humanos.

 

 

Fonte: Agência USP

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