Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) revelou, com base no Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, que os paulistanos estão se alimentando mal. De acordo com a pesquisa, que entrevistou cerca de 725 pessoas, 95% delas não ingerem a quantidade adequada de frutas e sucos naturais, enquanto o número para leite e derivados é ainda mais preocupante: 100%.

Com a finalidade de prevenir a obesidade e doenças recorrentes, o guia do ministério orienta o consumo diário desses e de outros alimentos, que não têm sido ingeridos nas doses indicadas segundo o nutricionista Eliseu Verly Junior. "Relacionamos o consumo dos entrevistados em cada grupo alimentar com o que é recomendado pelo guia e verificamos uma situação preocupante especialmente nos grupos das frutas, leite, legumes e verduras", ressalta.

Ainda de acordo com o estudo, nos adolescentes os números são ainda mais preocupantes, já que o número de inadequações nessa faixa etária é maior, o que pode trazer reflexos por toda a vida. "Tanto por ser uma fase de crescimento, que demanda maior quantidade de vários nutrientes que estão presentes nas frutas, nas verduras, legumes de forma geral, quanto por ser uma fase de formação de hábito alimentar", explica Verly.

 

Comparação entre os sexos

Quando a comparação levou em conta os sexos, verificou-se que homens se preocupam menos com a alimentação do que as mulheres. No caso das verduras e legumes, 98% dos entrevistados não atingem a meta diária recomendada, enquanto o percentual cai para 87% nas mulheres. Nas frutas, os números são semelhantes: 98% dos homens e 91% das mulheres.

Se por um lado nesses grupos alimentares as mulheres se alimentam melhor, por outro a situação é inversa no que diz respeito ao feijão, que é consumido deficientemente em 20% dos homens, enquanto o percentual sobe para 40% nas mulheres. Outro destaque dessa leguminosa é que ela está mais presente na dieta da população pobre, com 30% dos entrevistados. Entre os ricos, o número é de 37%.

A situação no consumo de carnes e ovos é diferente. De acordo com os dados fornecidos pela pesquisa, apenas 7% dos homens e 12% das mulheres não atingem a quantidade sugerida pelo guia alimentar do ministério, o que não necessariamente representa algo bom. "O guia não fala em quantidade máxima e a gente sabe que a carne em excesso também não é uma coisa positiva. Essa análise não mostra, mas há estudos que comprovam que quase todo mundo consome acima do recomendado, que é de uma porção por dia", justifica.

 

 

Fonte: Agência Brasil

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