A partir de 2013, o Brasil deve começar a produzir os seus primeiros medicamentos antiasma, economizando cerca de R$ 100 milhões e beneficiando aproximadamente 200 mil pessoas. A tecnologia para a fabricação do medicamento utilizado nas bombinhas (formoterol + budesonida), que atualmente pertence ao laboratório espanhol Chemo, será transferida para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Farmanguinhos.
Intensificada no inverno devido às mudanças bruscas de temperatura e ao clima seco, a asma é uma doença que afeta todas as faixas etárias, com recorrência de 20% nas crianças e adolescentes e 10% nos adultos. "É como se imaginássemos um cano que leva o ar para dentro do pulmão, conhecido como brônquio. Quando há a inflamação, o brônquio reage de forma intensa, causando uma diminuição do calibre e dificultando a passagem do ar", explica o médico pneumologista Dr. Bernardo Kiertsman.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, só em 2011 foram gastos mais de R$ 82 milhões com internações no Sistema Único de Saúde (SUS) devido à doença, que é uma das principais causas de internações em crianças de até seis anos de idade. Já o número anual de mortes, em âmbito mundial, chega a 250 mil pessoas.
Além de reduzir os custos governamentais com internações, a produção nacional de medicamentos antiasma deve beneficiar pacientes, que chegam a gastar até R$ 100 com remédios. "O asmático não tem noção de quando vai ter uma crise. De repente, o peito fecha e a pessoa pode até morrer. Gasto por volta de R$ 30 com a bombinha e, nos momentos de crise, o corticoide sai por mais de R$ 100", conta a servidora pública federal Ana Cristina Leal Propato, asmática crônica desde os quatro anos.
Antes de ser lançada no mercado, a droga deve passar por ensaios clínicos e ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há prazo para que isso ocorra.
Fonte: Agência Brasil