O Brasil deu um passo à frente no combate à esquistossomose. Na última terça-feira (12), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, no Rio de Janeiro, os resultados de seus últimos testes clínicos com a vacina desenvolvida pelo Laboratório Esquistossomose Experimental (IOC) e que combate a doença.
Pioneira na criação e produção da vacina da esquistossomose, a descoberta da Fiocruz é um grande feito da ciência brasileira, tendo em vista que a doença afeta atualmente 200 milhões de pessoas que vivem em áreas pobres. Além disso, o risco de contágio expõe mais pessoas à doença e abre potencial para atingir até 800 milhões, principalmente aquelas próximas a regiões do Nordeste, Minas Gerais, países africanos e América Central.
Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das doenças parasitárias mais devastadoras depois da malária, a esquistossomose está associada à miséria de países pobres, segundo a chefe do Laboratório Esquistossomose Experimental, Miriam Tendler. Já em relação aos testes da vacina, ela ressalta que os resultados foram bastante positivos. "A gente tem informações associadas à eficácia que são a imunogenicidade. Ela induziu uma excelente resposta imunológica, que é o que queremos dos indivíduos vacinados", explicou Miriam.
Além dos bons resultados no que diz respeito à sua eficácia, a vacina desenvolvida pela Fiocruz é considerada segura e deve passar por testes em larga escala no Brasil e na África em breve, de acordo com a pesquisadora. "Essa segurança é o maior atributo de uma vacina. Só a partir da confirmação da segurança é que se pode fazer testes em mais larga escala", ressaltou.
Em um prazo máximo de cinco anos, a pesquisadora acredita que já seja possível imunizar a população nos locais onde ocorre a endemia, colocando fim a um processo de desenvolvimento que se arrasta desde a década de 90, quando o Brasil depositou a sua primeira patente com as descobertas.
Fonte: Agência Brasil