Um estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP revela uma prevalência de 72,8% de cefaleia (dor de cabeça) em jovens estudantes. Segundo a pesquisa, feita com 415 jovens com idade média de 15 anos da rede estadual de ensino do município de Ribeirão Preto (SP), existe uma maior prevalência de dor de cabeça em meninas, usuários de aparelhos ortodônticos e consumidores de bebidas alcoólicas.
O estudo de mestrado do médico Luiz Eduardo Vieira Grassi, orientado pelo professor José Geraldo Especiali, verificou a prevalência de cefaleia e variáveis físicas como gênero, cor de pele, índice de massa corporal (IMC) e doenças crônicas. Os resultados obtidos indicaram ainda que não há correlação das dores com horas de sono, uso de óculos, prática regular de atividade física, notas escolares e horas semanais gastas com TV, internet e videogame.
De acordo com o pesquisador, uma das principais causas da prevalência de cefaleia nas meninas está explicada pela diferença hormonal. "Descrições na literatura apontam que a relação de prevalência entre meninas e meninos até os 7 anos é menor que 1 e passa para 1 entre os 7 e os 11 anos e para 2,3 depois da puberdade. Isso se deve à influência hormonal. Os jovens participantes da minha pesquisa estavam nesse período de mudanças hormonais", enfatiza.
Influência da bebida alcoólica
Outro resultado que chama bastante atenção na pesquisa é a influência do álcool na incidência de cefaleia. Segundo o estudo, dos estudantes que relataram ser consumidores de bebida alcoólica (21,8%), 83,3% relataram ter dores de cabeça. Dentre as bebidas mais citadas, o vinho foi considerado um dos maiores desencadeadores do problema.
O tratamento com aparelhos ortodônticos também é outro grande fator de influência nas dores de cabeça, de acordo com as conclusões de Grassi. Dos jovens pesquisados que utilizavam esse tipo de aparelho (21,6%), 13,59% apresentaram cefaleia, número bem maior quando comparado ao de jovens sem tratamentos ortodônticos.
Fonte: Agência USP de Notícias