As artes marciais mistas (MMA) têm conquistado uma popularidade cada vez maior não só entre adultos, mas também entre as crianças. No entanto, o estímulo da prática dessa modalidade esportiva no universo infantil é motivo de alerta por parte de especialistas que estudam a estrutura muscular e esquelética.
Segundo José Inácio Salles, coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), a prática de artes marciais que misturam boxe, caratê, judô, entre outras modalidades, pode ser prejudicial na medida em que provoca lesões e consequências para ossos e músculos. "É muito complicado, em um contexto de iniciação esportiva, oferecer tanta diversidade de golpes e técnicas", explica.
De acordo com José Inácio, a prática das artes marciais mistas ainda deve passar por estudos mais aprofundados antes de ser apresentada para crianças. "Acompanhando a carreira dos campeões de MMA, observo que todos começaram com tipos individuais de luta, seja o boxe ou o jiu-jítsu. Só depois optaram por esta categoria mais abrangente", ressalta.
O MMA, que consagrou diversos campeões mundiais do Brasil como Anderson Silva e Júnior Cigano, vem sofrendo resistência no Congresso Nacional. Recentemente, o deputado federal José Mentor (PT-SP) tentou apresentar projeto de lei que proíbe a exibição de lutas da categoria na televisão. No entanto, ainda não há definições sobre o caso.