O carnaval é uma festa para todas as idades, mas, se a folia vai ser com a presença de crianças, é importante que os pais fiquem ainda mais atentos à segurança delas. Segundo Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura, é importante que os familiares e responsáveis considerem que a criança não tem discernimento para prever os riscos, evitá-los ou até mesmo desvencilhar-lhes deles, por isso é importante que um adulto esteja sempre acompanhando.
Se a folia vai ser em praia ou piscina, é importante reforçar os cuidados para prevenir afogamentos, que são muito comuns nessa época. De acordo com Lia, os afogamentos representam a segunda maior causa de morte entre os acidentes de crianças entre 1 e 14 anos, com mais de 1300 mortes por ano. A recomendação é dobrar a supervisão na hora da brincadeira na praia e na piscina, além do uso do colete salva-vidas.
Para aqueles que vão curtir matinês de carnaval, é importante prestar atenção na fantasia escolhida. A recomendação da coordenadora da ONG Criança Segura é optar por tecidos de algodão, leves, arejados e fáceis de vestir. “Se a criança tiver menos de três anos, o ideal são as fantasias sem adereços soltos, como cintos, faixas ou cordões para evitar sufocações”, diz ela. Outra recomendação é evitar acessórios como lanças ou com detalhes pontiagudos, que podem cortar e ferir. As lantejoulas também não são indicadas, pois podem se desprender facilmente das roupas e, jogadas em grande quantidade, podem provocar sufocações. Lia Gonsales também chama a atenção dos pais para as fantasias com capas, que não devem ultrapassar a altura da cintura da criança, evitando quedas. As máscaras de material sintético também não são aconselhadas, pois, dependendo da idade, elas não se encaixam direito no formato do rosto e acabam impedindo a respiração, além do risco do elástico fixador da máscara machucar a criança. “Em relação à maquiagem, o ideal é utilizar as próprias para o público infantil e, claro, produtos antialérgicos e atóxicos para evitar irritações de pele e intoxicações”, diz ela.
Outro ponto salientado por Lia são os acidentes de trânsito. Segundo ela, o trânsito é responsável pelo maior número de acidentes fatais com crianças no Brasil. Devido ao aumento do fluxo de carros nas rodovias, mais acidentes são contabilizados, por isso é essencial que os pais transportem os pequenos no bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, dependendo do peso, altura e idade da criança. Mas ela salienta que o uso não deve ser restrito à estrada. Eles devem também ser usados nas cidades, mesmo que em trajetos curtos.
Se a diversão for no carnaval de rua, atenção redobrada para que a criança não se perca no meio do aglomerado de pessoas. “Uma dica é amarrar a mão da criança no braço de um dos pais, para que ela não se perca”, diz Lia.
Depois disso, é curtir a festa e se divertir!
Lia Gonsales é oordenadora de Mobilização da ONG CRIANÇA SEGURA, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público dedicada à promoção da prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. www.criançasegura.org.br