Um novo estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard descobriu, com a ajuda de um grupo de 75 voluntários, que o consumo de uma porção de sopa enlatada por dia, durante cinco dias, representou 1.221% a mais da substância Bisfenol-A (BPA) na urina quando comparado a outro grupo que consumiu sopas com ingredientes frescos no mesmo período.
Esse estudo é um dos primeiros a quantificar os níveis de Bisfenol-A em alimentos enlatados. Os resultados dessa pesquisa foram publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA).
"Estudos anteriores ligaram os níveis de Bisfenol-A aos efeitos adversos à saúde. O próximo passo foi descobrir como as pessoas estão expostas a essa substância. Já sabemos que bebidas armazenadas em recipientes plásticos rígidos podem aumentar a quantidade de BPA no organismo. Esse estudo sugere que os alimentos enlatados podem representar uma preocupação ainda maior devido à sua ampla utilização", explica Jenny Carwile, uma estudante de doutorado no Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Harvard e principal autora do estudo. Testado em animais, o BPA mostrou colaborar com doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
Situação no Brasil
Vale lembrar que, após ser aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) em 2010, o projeto do senador Gim Argello (PTB-DF), que proíbe a comercialização ou distribuição gratuita de mamadeiras e chupetas que contenham a substância química Bisfenol-A, foi colocado em prática em Piracicaba, interior de São Paulo.
A cidade, que é a primeira a proibir o ato, seguiu os passos de países como Canadá, Costa Rica e Dinamarca, que vetam a substância na fabricação de produtos que armazenam alimentos e bebidas e são destinados a crianças. O projeto concedeu aos fabricantes, distribuidores e comerciantes um prazo de 120 dias para se adequarem à proibição.
Clique aqui e confira a entrevista com o pediatra Jairo Len, que explica os malefícios que essa substância pode causar.