Um estudo encomendado pelo Instituto do Câncer dos Estados Unidos revela que o cigarro já começa a fazer mal ao organismo na primeira tragada e não ao longo dos anos, como se acreditava antes. O primeiro estudo a analisar a ação dos componentes químicos da fumaça do tabaco mostrou que em meia hora o cigarro pode agir no nosso organismo e danificar o DNA. A pesquisa mostra ainda que, trinta minutos depois da primeira tragada, as alterações no organismo já são favoráveis a vinte tipos de cânceres. Para a técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do INCA, Vera Colombo, a grande descoberta é a velocidade com que essas substâncias podem causar prejuízos à saúde.
"Até então tínhamos a informação que esses maléficos, eles iam ocorrendo ao longo da vida do indivíduo. Eles iam determinando ao longo da vida esses sintomas das doenças tabaco-relacionadas. A gente está aí com a pesquisa de química que diz que não. Que o dano, ele acontece muito rápido, os prejuízos eles ocorrerão muito mais precocemente do que a gente imagina, muito mais cedo pro indivíduo do que se imaginava então é pior ainda."
A representante do INCA espera que a revelação de que o cigarro afeta tão rapidamente a saúde tenha impacto entre os jovens.
"Quando a gente fala de tabagismo para os jovens eles tem a sensação que a vida é eterna, que eles vão cuidar da saúde deles quando eles forem bem adultos já mais velho. Então isso acho que torna a possibilidade de uma doença mais próxima, talvez isso impacte de uma forma diferente no próprio jovem."
Vera Colombo lembra que o tabagismo é a maiorcausa de morte evitável no mundo. No Brasil, o tabaco causa anualmente duzentas mil mortes.
Reportagem de Suely Frota - Ministério da Saúde
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