Uma resolução da Anvisa, publicada esta semana no Diário Oficial da União, determinou que o agrotóxico metamidofós seja retirado do mercado brasileiro até 2012. A publicação é o resultado de um trabalho feito em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz que reavaliou as características tóxicas desse produto, utilizado como inseticida para controle de pragas como besouros, pulgas, minhocas e carrapatos, em plantações de batata, feijão, soja, tomate, algodão e trigo.No estudo, o agrotóxico metamidofós foi caracterizado como não seguro para a saúde humana e por isso foi retirado do mercado, como explica o gerente Geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles.

"São danos no desenvolvimento do feto. Além disso, o produto é neurotóxico, tem características que afetam o sistema imunológico, o sistema endócrino, o sistema reprodutor. Além do mais, do ponto de vista da sua toxicidade, ele também é bastante perigoso para o trabalhador que manipulava, pela exposição a essa substância. Essas características apontadas pelos estudos, que foram analisados por nós, concluímos pela não continuidade do produto."

Ainda de acordo com Luiz Cláudio Meirelles, a retirada do metamidofós do mercado não será imediata.

"Não há proibição imediata. A proibição respeita o período de adequação do processo de produção agrícola. Que vai demandar novos ativos que substitua esse agrotóxico na agricultura. Até o final de 2012, nenhuma indústria poderá ter mais esse tipo de agrotóxico dentro das fábricas. E em meados de junho não poderá nem ter mais na comercialização e, aquilo que estiver sobrando na comercialização, as indústrias terão que recolher e proceder a destruição".

Além do Brasil, o uso do metamidofós foi proibido na União Europeia, China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim e Samoa. Atualmente, o produto passa por processo de retirada nos Estados Unidos. O metamidofós é o quarto agrotóxico com comercialização proibida pela Anvisa.

 

 

 

Reportagem de Suely Frota - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS110048

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