A parceria entre o Brasil e outros sete países viabilizou a produção do Ritonavir termoestável, uma das armas mais modernas para o tratamento dos portadores do vírus da Aids. O medicamento é uma evolução do Ritonavir convencional, que já é oferecido pelo ministério aos pacientes com resistência aos antirretrovirais comuns. No Brasil, mais de trinta e oito mil pessoas são tratadas com o produto. O laboratório público Farmanguinhos, ligado à Fundação Osvaldo Cruz, vai produzir o remédio e repassar a tecnologia para os outros países signatários do acordo. Segundo Juliana Vallini, do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, dessa forma, eles também passam a ser indepentes de empresas fabricantes

"Esses países estão se organizando para desenvolver uma série de cooperações, não só na área de medicamentos antirretrovirais, mas também kits diagnótico e outros insumos. A ideia é que esses países tenham a possibilidade de ter uma transferência de tecnologia, o que é isso? Aprender a fazer esse medicamento no seu país para que eles também possam ter uma produção nacional e também possam suprir as necessidades do seu mercado."

Juliana Vallini ressalta que o Brasil gasta em torno de 11 milhões de reais na compra do Ritonavir comum, que não é fabricado no país. Com a produção nacional, o Ministério da Saúde vai economizar e permitir que esses sete países também tenham menos gastos e aumentem o acesso ao tratamento antirretroviral para sua população.

"Com isso, gera uma capacidade instalada de produção que é importante, não só quando você está trabalhando a questão do acesso a medicamentos e preço, mas a possibilidade do País ser auto-suficiente na produção daquele medicamento específico, considerando que a gente tem um acesso universal e que o Sistema Único de Saúde tem que garantir esses medicamentos para todos os pacientes."

A assessora técnica do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde lembra que, antes de começar a produção do Ritonavir termoestável, serão feitos testes clínicos para ver como o organismo reage ao princípio ativo - etapa que ainda não tem previsão para ser concluída. A parceria para produção do remédio ocorre entre Brasil, Argentina, Cuba, China, Ucrânia, Rússia, Tailândia e Kênia, desde 2004.

 

 

Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100712

Publicidade