A epidemia de aids no mundo tem uma nova configuração, com menos pessoas infectadas e menos mortes pela doença. É o que revela o novo relatório da UNAIDS - Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids -, divulgado nesta terça-feira. O coordenador do programa no Brasil, Pedro Chequer, explica que essa redução no número de novas infecções e de mortes mostra que o mundo começa a reverter a situação, com ações mais efetivas no combate à epidemia de aids.
"Nós verificamos de modo claro, incluindo a África que é uma região onde a epidemia é mais importante do ponto de vista de novas infecções e também da prevalência. De 1999 a 2009, nós verificamos 20% de queda das novas infecções. Verificamos também uma queda de óbitos durante cinco anos, 20% da ocorrência de óbitos em queda. Nós verificamos um aumento do uso do preservativo, mobilização das comunidades, inclusive no subsaara africano."
Segundo Pedro Chequer, um dos fatores que contribuem no controle da epidemia é o maior acesso da população ao tratamento contra aids. Esses medicamentos, os antirretrovirais, diminuem as chances de novas contaminações e prolongam a vida dos pacientes que têm o vírus. Para ele, o Brasil, que há anos oferece esses medicamentos de graça pelo SUS, é um exemplo bem-sucedido de que esse é o melhor caminho na luta contra a doença.
"Nós temos hoje 5,2 milhões de pessoas em tratamento antirretroviral. O Brasil foi uma dos primeiros em desenvolvimento a tomar essa decisão política. A partir do exemplo do Brasil, o mundo passou a refletir e considerar a viabilidade dessa ação. À medida que nós temos as pessoas vivendo com HIV tratadas e com redução da carga viral, a disseminação coletiva reduz e com isso, associado ao uso do preservativo, podemos chegar a uma eficácia de 100%."
O coordenador da UNAIDS no Brasil lembra que 90% da população brasileira está coberta por programas de combate a Aids. Com relação ao relatório das Nações Unidas, Pedro Chequer alerta que, mesmo com os bons resultados, é preciso reforçar mais a prevenção no mundo e divulgar informações sobre o tratamento. De acordo ele, ainda existem muitas crianças que nascem com HIV, contaminadas pela mãe, e soropositivos morrendo por tuberculose, uma doença que pode ser prevenida e curada.
Reportagem de Cynthia Ribeiro - Ministério da Saúde
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