Pesquisadores do Hospital São Rafael, na Bahia, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, começaram a segunda fase de uma pesquisa com células tronco. Os cientistas querem testar se pessoas paraplégicas podem recuperar movimentos após a injeção das células tronco no organismo. A pesquisadora da Fiocruz, Milena Soares, explica que a idéia não é curar, mas melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

"O principal objetivo é a gente é testar se esse protocolo vai recuperar a condução nervosa na medula, se vai melhorar a função motora, a sensibilidade, o controle de esfíncter. Que são todas complicações em decorrência do trauma na medula."

A pesquisadora acrescenta que o estudo começou há cinco anos com testes em animais. Os resultados mostraram uma melhora no controle das funções urinária e intestinal. As cobaias também esboçaram uma maior mobilidade nos movimentos. Nessa nova etapa da pesquisa, vinte voluntários participam dos testes.

"A gente ta com um perfil específico de pacientes, são pacientes que têm pelo menos seis meses de lesão. Com lesão completa, ou seja, eles não têm nenhuma movimentação. Somente paraplégico, pacientes com tetraplegia não serão incluídos nesse primeiro estudo. A gente espera, como qualquer terapia, avaliar tanto a segurança quanto a total eficácia desse tratamento. E caso a gente obtenha bons resultados, outros protocolos vão ser desenvolvidos a pacientes com outros tipos de lesão."

Milena Soares afirma que a pesquisa foi colocada em prática no início do mês de setembro, quando quatro voluntários tiveram células-tronco retiradas da medula da bacia. A pesquisadora explica que o tratamento deve continuar com fisioterapia intensiva. Os voluntários vão ser acompanhados durante dois anos, período necessário para que se chegue a alguma conclusão científica.

 

 

Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde

Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS100639

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