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Por que o corpo humano sente tantos efeitos negativos em viagens para regiões de elevada altitude? Essa é uma pergunta bastante comum entre aqueles que vão visitar cidades como Bogotá, Cidade do México, Quito, entre outras capitais da América Latina que estão muito acima do nível do mar. Mas, afinal, por que isso acontece?
Antes de tudo, é necessário lembrar que a maioria da população está adaptada a viver em regiões de altitudes ao redor de 600 a 800 metros em relação ao nível do mar e que pequena parte do relevo geográfico do planeta Terra está situada a uma altura acima de 3.000 metros, o que corresponde a uma classificação denominada de alta altitude.
"Em situações de altitudes fora do contexto habitual, ocorrem mudanças no funcionamento normal do organismo em virtude de processos fisiológicos. Essas mudanças resultam em sintomas como náuseas, tonturas, dificuldade em respirar e até perda da consciência. No entanto, os transtornos variam de pessoa para pessoa e que, portanto, reagem de formas distintas em resposta a altitudes mais elevadas", explica o professor de Educação Física Miguel de Arruda.
Para entender mais sobre os efeitos negativos, é necessário saber um pouco sobre os sinais fisiológicos. Eles são entendidos como efeitos da baixa pressão de oxigênio sobre o corpo humano e são decorrentes da pressão atmosférica, que diminui em uma unidade a cada 8 metros ascendentes. Isso significa que, à medida que uma pessoa se submete a altitudes progressivamente elevadas, a pressão que o ar realiza sobre ela diminui, também progressivamente. Dessa forma, para uma pessoa que vive ao nível do mar (altitude 0), a pressão atmosférica ou barométrica é de 760 mmHg.
Entretanto, uma pessoa que se localiza no topo do Monte Everest, a uma altura de aproximadamente 9.000 metros de altitude, está submetida a uma pressão barométrica muito menor, cerca de 220 mmHg. O resultado disso é muito repercutido no organismo humano.
Há ainda, em decorrência do aumento da altitude, uma queda da pressão parcial de oxigênio (PO2), que é a pressão exercida pelo gás oxigênio. Por sua vez, o resultado da diminuição da PO2 está diretamente ligado à dificuldade em respirar. Essa situação caracteriza-se pelo estado clínico conhecido como hipóxia.
"Na maioria das pessoas os efeitos mais importantes da hipóxia começam a ser manifestados em altitudes a partir de 3.660 metros e incluem sonolência, lassidão (dor muscular e estado de fadiga), fadiga muscular e mental, cefaleia, náusea e euforia. Porém, acima de 5.490 metros, as consequências passam a ser mais severas, caracterizando estágios de abalos musculares e convulsões. A 7.015 metros de altitude, na pessoa não aclimatada, o estado de coma seguido de morte não é incomum", ressalta Miguel.
- Ant
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