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Portadores de CDI podem praticar esportes?

Se por um lado as recomendações atuais indicam que um portador de implante de CDI não deve praticar esportes, por outro o panorama deve mudar em um futuro breve. Recentemente, no congresso internacional sobre arritmias cardíacas Health Rythm Society (HRS), foi apresentado um estudo da Universidade de Yale sobre a segurança da prática esportiva para atletas portadores do dispositivo.

De acordo com Adalberto, que esteve presente na sessão científica do HRS 2012, cada situação deve ser analisada e discutida entre paciente e médico. "Existe um estudo observacional recente que mostrou que os pacientes portadores de CDI que praticaram esportes não apresentaram maior mortalidade ou problemas com o aparelho do que aqueles que não praticaram. Porém, esses resultados são iniciais e ainda não são definitivos para que se mude a conduta com esses pacientes", afirma.

Do total de 372 pacientes estudados durante a pesquisa norte-americana, 328 deles praticavam atividades competitivas como basquete, futebol e corrida, enquanto 44 disputavam modalidades de maior risco. Em 31 meses, não houve nenhuma morte ou trauma relacionado a choque ou arritmia, com um índice de 97% para eletrodos íntegros ao final do quinto ano do implante.

Com relação à prática de atividade física por parte de pessoas que não possuem o CDI, o médico dá orientações para que sejam prevenidas as mortes súbitas. "Primeiramente é muito importante deixarmos claro que esporte, a princípio, faz bem à saúde e previne muito mais mortes do que pode causar. Entretanto, pessoas sabidamente com problemas cardíacos, ou com histórico de familiares próximos que tenham morrido subitamente com idade abaixo dos 35 anos ou que apresentem sintomas como desmaios, palpitações e falta de ar desproporcional, mesmo que só durante a atividade física, devem seguir as recomendações de um especialista."

 

 

Prof. Dr. Adalberto Lorga Filho – CRM: 74367. Presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias (SOBRAC). Formado pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Doutor em Cardiologia pelo InCor – FMUSP. Responsável pelo Laboratório de Arritmias e Eletrofisiologia Cardíaca do Instituto de Moléstias Cardiovasculares de São José do Rio Preto e Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

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