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Existem substâncias que são utilizadas para mascarar o uso de outras substâncias. Elas também são consideradas doping?
Sim, porque mascaram o uso de drogas. A furosemida, que nada mais é que um diurético, é um exemplo. Muitos ginastas fazem uso desse diurético também para perder peso, mesmo sendo proibido.
O que é o doping genético? Fale um pouco sobre essa técnica que vem sendo utilizada na prática de esportes de alto desempenho.
Antes de mais nada, é bom lembrar que o doping genético aparece quando os cientistas há muito tempo tentam reverter algumas doenças degenerativas. Nesse caminho "científico", algumas mudanças de rotina acabaram tornando possível a mudança genética de algumas células musculares (a principal) para o aumento de força e resistência. Os estudos do doping genético e sua aplicação no esporte ainda são muito recentes porque não se tem as replicações necessárias, até porque estamos comentando algo como hipóteses, pois, se é um doping, demoraremos muito ainda para saber como isso está sendo reproduzido. Acredita-se que esta próxima Olimpíada será o marco do doping genético. Veremos! Só como exemplo, podemos citar o caso de 1997, quando os cientistas tentaram transferir genes sintéticos de eritropoietina (EPO) para macacos. O resultado disso foi o aumento do número de glóbulos vermelhos, que dobrou em dez semanas e, como consequência, aumentou-se a espessura do sangue. Foi necessário diluir o sangue para evitar a falência do coração, e por isso ainda não temos nenhum dado conclusivo.
Dr. Carlos Fernando França Mosquera é doutor em Fisiologia do Exercício pela Universidad Católica San Antonio de Murcia, título revalidado pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor da Faculdade de Artes do Paraná (FAP).
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