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É possível obter o equilíbrio corporal por meio da prática do Taijiquan?
O aspecto do equilíbrio é um dos pressupostos básicos ou talvez o mais importante na prática no Taijiquan. Esse aspecto é citado na literatura clássica dessa arte e os grandes mestres sempre estiveram atentos para verificar se o referido método realmente proporcionaria melhora no equilíbrio de seus alunos. Nesse contexto a palavra equilíbrio tem um amplo sentido e não se refere apenas ao equilíbrio físico, mas sim a uma homeostase orgânica e psíquica, pois as artes corporais chinesas partem do princípio da unidade, ou seja, corpo e mente são unos. Especificamente sobre o equilíbrio físico, a noção de eixo vertical e bases de sustentação são melhorados com os treinamentos dos passos no Taijiquan.
Os passos são executados lentamente, mantendo a coluna verticalizada, dando ao praticante a oportunidade de perceber as fases da marcha, tendo a concreta noção da transferência do peso de uma perna para a outra (equilíbrio dinâmico) e na fase intermediária, o eixo (ponto de equilíbrio estático). Essa seqüência pedagógica, que caracteriza os momentos iniciais do aprendiz, reduziu significativamente o número de quedas em idosos praticantes. Isso se deu tanto pela consciência do eixo vertical, que nunca deve estar fora da base de sustentação, como também pelo fortalecimento das pernas. Mais adiante o praticante aprende algumas formas que exigirão que se mantenha equilibrado numa perna só (equilíbrio estático), como “O Galo Dourado numa Pata” ou o “Golpear com os Calcanhares”, técnicas tipicamente chinesas. Os movimentos também não deverão ser muito amplos ou retesados, para não prejudicar a fluência e a harmonia corporal, conseqüentemente as formas de equilíbrio. Com uma relação de harmonia com o chão (ground), ou seja, com as passadas mais firmes, o praticante torna-se mais seguro e relaciona-se melhor com o meio ambiente, desenvolvendo maior força e vigor psicológico para enfrentar sua vida cotidiana.
Obs.: Taijiquan é a maneira correta de se grafar de acordo com o pinyin. Pinyin é o método usado oficialmente na República Popular da China para transcrever, no alfabeto latino, o dialecto Mandarim padrão da língua chinesa. Esse método foi aprovado em 1958 e adotado em 1979 pelo governo da República Popular da China. Ele superou sistemas anteriores de romanização, tais como o Wade-Giles (1859), que foi modificado em 1892, e o Pinyin de Sistema Postal, e também substituiu o Zhuyin como o método de instrução fonética chinesa na China Continental.
Referências
Wade-Giles (1859): Tai Chi Chuan Pinyin (1979): Taijiquan
Marcelo Martinelli é Graduado em Educação Física pela Universidade Bandeirante de São Paulo; Mestre em Psicologia pela Universidade São Francisco; docente na Universidade São Francisco e Agente Comunitário pela Pró-Reitoria Comunitária, frente a projetos de Ação e Extensão Comunitária.
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