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Cuidados básicos com o coração para a prática de exercícios físicos em altitudeVárias mudanças fisiológicas ocorrem no organismo nas "alturas". Os sintomas vão desde dor de cabeça (a alteração mais comum) a náuseas, vômitos, insônia, cansaço generalizado, edema agudo pulmonar, e até a morte, e podem surgir já no primeiro dia.

A partir de 230 metros acima do nível do mar, o organismo faz automaticamente rápidos ajustes para compensar a menor densidade do ar, que é proporcional à altitude, à menor pressão barométrica e à menor pressão parcial de oxigênio. Ninguém conseguiria morar de modo permanente em locais situados acima de 5.000 metros, e mesmo quem pratica alpinismo usa equipamento de oxigênio nessas altitudes. Por isso, em lugares altos precisamos sempre de um período para a aclimatação, que deve ser progressiva.

Nos primeiros dias, os exercícios físicos são proibidos, principalmente para os cardíacos. Mesmo depois disso, a capacidade física permanece reduzida: a adaptação apenas facilita o ajuste a maiores elevações. São necessárias cerca de duas semanas para total adaptação a altitudes de até 2.300 metros e daí para a frente uma semana a mais para cada 600 metros adicionais, até 4.600 metros. De volta ao nível do mar, essa capacidade é perdida após duas a três semanas e novo período de adaptação será necessário na próxima viagem a lugares altos, sobretudo para a prática de exercícios vigorosos.

Ajustes constantes são prejudiciais ao coração sob vários aspectos: nos lugares altos, o sangue concentra menos oxigênio, a frequência cardíaca aumenta, pode haver perda hídrica por evaporação, o que leva a uma desidratação moderada, e a frequência cardíaca máxima (número máximo de batimentos cardíacos por minuto) diminui. Portanto, pacientes coronarianos, hipertensos, com doenças valvulares moderadas a graves ou insuficiência cardíaca devem evitar altitudes superiores a 2.000 metros e, principalmente, jamais realizar exercícios físicos nesses lugares.

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