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A resistência insulínica é o principal componente da síndrome metabólica, que consiste basicamente na elevação dos níveis da pressão arterial (hipertensão), alterações nos níveis de colesterol (colesterol bom ou HDL baixo; colesterol ruim LDL alto; elevação dos triglicérides), excesso de peso predominantemente abdominal (gordura visceral) e alterações glicêmicas que vão desde quadros iniciais de alteração na glicemia de jejum e após sobrecarga (pré-diabetes), até o diagnóstico de diabetes franco.

A intervenção mais eficaz para reverter o processo de resistência insulínica é o emagrecimento associado à atividade física. "No estudo DPP – Diabetes Prevention Program – foi visto que naquelas pessoas que tinham quadro de pré-diabetes a modificação do estilo de vida foi mais eficaz do que a medicação para resistência insulínica utilizada isoladamente", diz Cláudia.

De acordo com Cláudia, o ideal seria adotar hábitos alimentares mais saudáveis, com diminuição da quantidade de carboidratos simples (açúcar refinado), dando preferência para carboidratos complexos e integrais (arroz e pão integral). A dieta à base de proteína teria o efeito de ser mais sacietógena (indivíduo sente menos fome) e, como a proteína não utiliza este mecanismo envolvido do metabolismo da insulina, não haveria uma dificuldade de ação na mesma. A cautela que se deve ter é que o corpo tem um "limiar" de absorção proteica (em média 1,5 g/kg/dia). Acima disso, o organismo não consegue estocar e acaba eliminando. O responsável pela eliminação desse excesso de proteína é o rim, ou seja, pessoas com histórico de cálculo renal e alteração da função renal têm de ter muita cautela.

Outro cuidado é para não aumentar a quantidade de gordura da dieta decorrente do aumento proteico, principalmente gordura saturada, que é a pior para o organismo. "O ideal ainda é uma alimentação balanceada associada a um programa regular de atividade física", finaliza Cláudia.

 

 

Dra. Cláudia Chang é graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Formada em Endocrinologia e Metabologia pela UNESP. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Doutoranda em Endocrinologia e Metabologia pela USP. Coordenadora e Professora de Pós-Graduação em Endocrinologia pelo ISMD.

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